Funase Corregedoria inicia sindicância sobre rebelião. Mortos estão no IML do Recife

Publicado em: 20/04/2015 09:22 Atualizado em: 20/04/2015 10:40

Rebelião aconteceu no domingo no Centro de Atendimento Socioeducativo de Caruaru, da Funase. Foto: Funase/ Divulgação
Rebelião aconteceu no domingo no Centro de Atendimento Socioeducativo de Caruaru, da Funase. Foto: Funase/ Divulgação
A Corregedoria da Polícia Civil inicia nesta segunda-feira a sindacância para apurar  as circunstâncias de uma rebelião registrada no início da noite do domingo no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Caruaru, da Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco (Funase). O tumulto terminou com dois mortos e um ferido. 

De acordo com a assesssoria de comunicação da Funase, o Instituto de Criminalística (IC) realizou ainda ontem a perícia no local. Já os corpos das vítimas, ambos carbonizados, permanecem no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife para serem necropsiados. Segundo os assessores, a Funase ofereceu transporte para as famílias, uma de Caruaru e a outra de Lajedo, acompanharem o processo no Recife, além de apoio psicológico, traslado e sepultamento dos corpos.

O ferido foi socorrido pelo Samu e encaminhado para o Hospital Regional de Caruaru. O socioeducando de 17 anos passou por procedimento cirúrgico esta madrugada. Pela manhã, o adolescente foi transferido para um quarto e passa bem. O estado de saúde dele é considerado estável.


Por volta das 18h, os internos da unidade começaram a queimar colchões. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados e o fogo foi controlado por volta das 19h30. Ainda não se sabem as causas do distúrbio na unidade.

O Case de Caruaru é uma unidade masculina com capacidade para cem internos, mas, atualmente, abriga 175 adolescentes em conflito com a lei. Hoje, a Funase tem unidades de atendimento em dez cidades pernambucanas, incluindo Recife, e, só em Caruaru, há três prédios: o do Centro de Internação Provisória (Cenip), onde internos aguardam a sentença do juiz da Vara da Infância e do Adolescente, a Casa de Semiliberdade (Casem), com adolescentes que vão à escola e frequentam atividades externas, e o Case, onde ocorreu a rebelião. Todas atendem jovens do sexo masculino entre 12 a 18 anos.

Esta não é a primeira vez neste ano que a Funase enfrenta uma rebelião. Em março, a unidade de Timbaúba teve um motim que deixou um agente educativo e dois adolescentes feridos. Em janeiro, o mesmo local teve uma fuga em massa de 30 adolescentes, com 11 deles resgatados.  Neste ano também houve três outras fugas na rede. Em agosto de 2014, três internos da Funase do Cabo morreram carbonizados após um princípio de rebelião. No ano anterior, a situação dos internos da instituição foi denunciada à Organização das Nações Unidas (ONU), por cinco entidades de defesa da criança e do adolescente.



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