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Fenômeno Tromba d'água não pode ser prevista, dizem metereologistas

Publicado em: 02/03/2015 15:49 Atualizado em:

Palhas caídas revelavam local onde aconteceu o fenômeno. Foto:Julio Jacobina/DP/D.A Press
Palhas caídas revelavam local onde aconteceu o fenômeno. Foto:Julio Jacobina/DP/D.A Press

A tromba d’água que assustou os banhistas da praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararpes, neste domingo (1º) ainda era o assunto mais comentado na orla na manhã desta segunda-feira (2).  As palhas quebradas dos coqueiros indicavam que ali havia acontecido o fenômeno e a possibilidade da repetição tem instigado os pernambucanos. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), no entanto, a apreensão é desnecessária.

Maria Marcelina da Silva tem 70 anos e há 26 atua na praia de Piedade. Ela estava no momento que a tromba d’água atingiu a areia e conta que nunca havia visto nada igual. “Já vi coisa parecida uma vez, mas em só em alto mar. Já teve muito vento que saiu levando tudo, mesa, tudo. Mas desse jeito, nunca tinha visto”, conta. "O funil passou pela água e saiu na areia na altura da barraca de Zé Pedro. Ele perdeu mesas, cadeiras e tudo. Fora os clientes que saíram sem pagar. Ele nem veio trabalhar hoje", conta o barrauqeiro Severino Costa Menezes, 61.

Assim como indica a experência de Maria Marcelina na praia, o fenômeno não é frequente e costuma acontecer apenas em alto mar. “Você não consegue determinar a tomba d’água em uma análise meteológica e nossos equipamentos não detectam. É incomum que venha até a areia, mas não significa que vá acontecer de novo”, explica Ednaldo Araújo, do Inmet.
 (Foto: WhatsApp/Cortesia)

Segundo a meteorologista da Apac, Edvânia Santos, uma instabilidade atmosférica é o que teria provocado a tromba d’água, com características específicas das nuvens e do vento, associadas a temperatura elevada. “Como estamos numa area tropical é comum, embora menos do que no Norte do país, onde acontecem muito mais”, explicou.

Sobre a possibilidade de prever quando o evento se repetiria, a metereologista afirma que muitos podem acontecer a qualquer momento em alto mar e que não há recursos tecnológicos para identificá-los ou se atencipar a sua formação.
Edvânia destaca ainda que, ao contrário da reação das pessoas, que se aproximaram e aguardaram para registrar o acontecimento, o ideal é que as pessoas se afastem da rota da tomba d’água, para evitar problemas. “Os ventos podem chefar a 80 km de velocidade e isso pode arrastar pedaços de árvore, mesas e machucar as pessoas. Naquela velocidade ninguém seria levado, mas o ideal é se manter longe, sobretudo se tiver dentro d’água”, explica.

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