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Oswaldo Cruz Crianças em tratamento ganham sala de aula Primeira classe hospitalar do estado atenderá cerca de 25 crianças de 6 a 14 anos, internadas para se tratar contra o câncer. Um dos objetivos é evitar que elas repitam de ano por excesso de faltas

Por: Rebeca Silva - Diario de Pernambuco

Publicado em: 03/03/2015 08:16 Atualizado em: 03/03/2015 17:03

Foto: Nando Chiappetta/DP/ D. A Press
Foto: Nando Chiappetta/DP/ D. A Press
Em uma sala colorida do Centro de Onco-hematologia do Hospital Oswaldo Cruz, Maria Tatiane, 14, brinca com os jogos de Lego. É lá que irá retomar o conteúdo escolar do 5º ano do ensino fundamental, interrompido há cinco meses por causa do tratamento contra leucemia. Inaugurado ontem, o espaço é a primeira classe hospitalar no estado e oferecerá aulas durante a permanência na unidade. A ação é prevista no Estatudo da Criança e do Adolescente desde 2002, mas não era seguida.

De acordo com a presidente do Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer de Pernambuco, Vera Morais, em média 25 crianças de 6 a 14 anos de idade utilizarão a sala, que recebeu o nome de Semear. Ela é equipada com 12 tablets com programas inclusivos, uma mesa interativa de alfabetização, dois kits de robótica Lego e wifi. “As aulas serão multiseriadas, isto é, todos juntos. Era uma solicitação antiga, de 2013, que foi aprovada no ano passado, em parceria com a Prefeitura do Recife e o Instituto Ronald McDonald, que repassou R$ 40 mil”.

Segundo a professora Cristiane Pedrosa, já houve aulas teste. Os pacientes que não podem deixar os leitos terão aulas de manhã e os que podem, à tarde. “Fiz avaliações para ver o nível de cada um e usarei projetos didáticos. Tenho que trabalhar de acordo com a necessidade deles.”

Dhenifer Ventura, 8, sonha em ser delegada e se disse ansiosa. “Já eu gosto de matemática e sinto falta das aulas. Eu gostava de ir para a escola”, falou Vanessa Pereira da Silva, 10, sentada ao lado.

O prefeito Geraldo Julio destacou que as aulas podem melhorar o tratamento. “As aulas farão as crianças não atrasarem os estudos, não abandonarem a escola nem serem reprovadas.” A carga horária dentro do hospital será valiada pelo Ministério de Educação, evitando que os pacientes repitam de ano escolar por faltas.

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