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Audiência de instrução Após depoimento de Mysheva, tio que também estava no carro é ouvido

Publicado em: 24/03/2015 16:24 Atualizado em:

Após o depoimento de Mysheva Martins, noiva do promotor de Itaíba, Thiago Faria Soares, assassinado com cerca de 20 perfurações a bala no dia 14 de outubro de 2013, a juíza Amanda Torres Lucena Diniz Araújo, da 4ª Vara Federal, ouviu mais duas testemunhas de acusação nesta terça-feira (24). O tio da noiva Adautivo Martins, que também estava no carro com o casal no dia do homicídio, e o primo Numeriano Ferreira Martins prestaram depoimento. No fim da tarde, outra parente de Mysheva, Joana D'arc, é ouvida. Todos os depoimentos estão sendo feitos através de videomonitoramento. As testemunhas participam da primeira audiência de instrução direto de Garanhuns, no Agreste.   

Durante a ouvida, o tio de Myseha que tem problemas mentais, contou apenas que estava no banco de trás do veículo pegando uma carona para Itaíba. Disse ter ouvido um barulho, assustado, abriu a porta e saiu. Explicou não saber de mais nada.

Numeriano Ferreira, por sua vez, disste ter procurado Zé Maria antes do crime para tentar conversar sobre as questões envolvendo a Fazenda Nova. Disse ter procurado pessoas ligadas a ele para tentar resolver o problema amigavelmente, incluindo Carlos Ubirajara, cunhado do acusado. Não houve acordo e, poucos dias depois, o promotor foi assassinado.

Os quatro réus, acusados de envolvimento no assassinato, participam presencialmente da audiência. Eles foram escoltados pela Polícia Federal(PF) em comboio do Cotel, em Abreu e Lima, onde estão presos, até a sede da Justiça Federal, no bairro do Jiquiá, no Recife. São eles: José Maria Pedro Rosendo Barbosa, considerado mandante do crime; José Marisvaldo Vitor da Silva, que seria responsável por acompanhar o percurso do promotor no dia do crime; José Maria Domingos Cavalcanti, que estaria no carro que interceptou o veículo do promotor e que teria  dado abrigo ao mandande do crime; Adeildo Ferreira dos Santos, que teria ajudado a planejar o crime e que estaria no carro usado na execução. Antônio Cavalcante Filho, que teria participação no caso, continua foragido. Os réus serão os últimos a serem ouvidos. Os questionamentos serão feitos pelo Ministério Público Federal (MPF), pelos advogados de defesa e pela magistrada.


A audiência de instrução teve início por volta das 9h. Nos próximos quatro dias serão realizadas as audiências de instrução e julgamento do caso. Nesta terça-feira, serão ouvidos os depoimentos das vítimas e das testemunhas de acusação residentes em Águas Belas. Na quarta-feira, irão depor as testemunhas de acusação que moram em Itaíba e em Alagoas.  Já na quinta-feira, irão falar as testemunhas de defesa residentes em Águas Belas, em Buíque e em Arcoverde. A agenda termina na sexta-feira, com os depoimentos das testemunhas de defesa que podem ainda não ter sido ouvidas e serão realizados os interrogatórios dos réus.

A expectativa inicial é de que cerca de 30 pessoas sejam ouvidas por meio de videoconferência. A tecnologia está sendo usada para não haver a necessidade de que os moradores dos municípios de Itaíba, Águas Belas, Arcoverde e até do estado de Alagoas, convocados pela Justiça, se desloquem para o Recife.

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