Eleições 2018
Raquel Dodge descarta novo mandato como procuradora-geral da República
O candidato do PSL, Jair Bolsonaro sinalizou que, caso seja eleito presidente, não vai reconduzir ao cargo a atual procuradora-geral da República
Por: Correio Braziliense
Publicado em: 18/10/2018 07:25
Declarações recentes do candidato Jair Bolsonaro têm levantado o alerta no Ministério Público Federal (MPF). O deputado sinalizou que, caso seja eleito presidente, não vai reconduzir ao cargo a atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Nos bastidores, procuradores se movimentam para tentar garantir que ele siga a lista tríplice, votada pela categoria, que recomenda nomes para o posto mais importante do MPF. O mandato de Dodge termina em setembro do próximo ano.
Pela legislação, o procurador-geral da República fica no cargo por dois anos, mas pode ser reconduzido por um novo período, a critério do presidente da República. Em abril deste ano, Dodge denunciou Bolsonaro pela prática de racismo, devido a um discurso ofensivo contra quilombolas feito pelo deputado durante palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro. Ao levar o caso ao Supremo, a procuradora afirmou que “Jair Bolsonaro tratou com total menosprezo os integrantes de comunidades quilombolas. Referiu-se a eles como se fossem animais, ao utilizar a palavra arroba”, disse.
Escravidão
Na peça, Dodge associou a fala do parlamentar ao período da escravidão, no qual negros eram vendidos em praça pública como se fossem produtos do comércio. “Esta manifestação, inaceitável, alinha-se ao regime da escravidão, em que negros eram tratados como mera mercadoria, e à ideia de desigualdade entre seres humanos, o que é absolutamente refutado pela Constituição brasileira e por todos os tratados e convenções internacionais de que o Brasil é signatário, que afirmam a igualdade entre seres humanos como direito humano universal e protegido”, afirmou a procuradora.
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