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Paulo Câmara vira principal alvo no primeiro debate para o governo do estado

A falta de conclusão de obras na área de saúde e a questão da segurança estadual foram os pontos mais alvejados pelos adversários

Publicado em: 28/08/2018 14:01 | Atualizado em: 28/08/2018 15:51

Participaram do confronto o governador, o senador Armando Monteiro Neto (PTB), o ex-deputado federal Maurício Rands (Prsos) a advogada Dani Portela (Psol). Crédito: Keila Costa

 

O governador Paulo Câmara (PSB) virou o principal alvo dos adversários, nesta terça-feira, no primeiro debate para o governo do estado, realizado pela Rádio Jornal. A falta de conclusão de obras na área de saúde e a questão da segurança estadual foram os pontos mais alvejados pelos concorrentes. Participaram do confronto o governador, o senador Armando Monteiro Neto (PTB), o ex-deputado federal Maurício Rands (Prsos) a advogada Dani Portela (Psol).

O ex-deputado Maurício Rands (Pros) estreou no primeiro bloco, indagando Paulo Câmara sobre os quatro hospitais que ele deixou de fazer no interior. Maurício atacou o governador ao afirmar que é muito fácil fazer promessas em campanhas e criticou a falta de articulação do governo atual. Paulo Câmara rebateu e disse que o país passa por uma grande crise, que afetou a tentativa de investimentos no Estado. Ele prometeu entregar o primeiro das quatro unidades hospitalares em 2019, caso reeleito. 

Paulo Câmara apostou em falar sobre o ponto que considera mais forte do seu governo. Abordou a educação em Pernambuco e disse que, aqui, no Estado está a melhor educação do Brasil (em termos de ensino médio).

Armando Monteiro, por sua vez, frisou há muitas propagandas no governo e que Paulo não tem liderança. Armando Monteiro afirmou que vai se inspirar no Ceará, que tem 77 das 100 melhores escolas públicas do país. No confronto direto com Dani Portela, candidata do Psol, Armando abordou a questão da violência. Ele disse que Paulo Câmara “terceiriza” a culpa da insegurança. Portela, por sua vez, afirmou que é preciso investir em inteligência, algo abandonado pelo atual governo. A candidata do PSOL reforçou a necessidade de dar mais emprego às pessoas jovens, e Armando concordou.

As enchentes na Mata Sul também foram ponto de debate. Dani questionou Rands sobre as enchentes no estado e quais medidas o governo precisa tomar. O candidato do Pros frisou que o governador precisa ter articulação política em Brasília para conseguir verbas e soluções e não ficar reclamando. Dani Portela contestou e disse que a coligação de Rands ainda tem membros da que integram o governo de Paulo. “Não sou coronel para mandar nas pessoas”, disse ele.
No segundo bloco do programa, o jornalista Wagner Gomes, da Rádio

Jornal Recife, perguntou se ele se sentia seguro ao transitar na BR-232 e o que ele faria em relação às estradas do estado. O ex-deputado lembrou que foi líder do governo Lula, tem um bom trânsito em Brasília e vai conseguir capitar recursos  com mais facilidade que o atual governo. No tocante às estradas, ele prometeu criar um “modelo criativo” de licitação, no qual a empresa vencedora será também responsável por manter a estrada. Para ele, isso forçará às empresas a usarem melhores materiais para não terem que refazer obras.

O jornalista Waldiney Passos, da Rádio Jornal Petrolina, perguntou a Paulo Câmara sobre a não realização do hospital da Mulher em Petrolina. Paulo responsabilizou o
governo federal por mandar menos recursos para a saúde e destacou que, hoje, o estado atende a uma quantidade maior de pessoas que deixaram de usar os sistemas privados de saúde e passaram a usar o SUS. “O governo fez mais com menos”, durante esses 4 anos. Ele disse que vai priorizar o Hospital da Mulher de Petrolina no 2º mandato e frisou que, neste momento, a prioridade é o Hospital Geral do Sertão, em Serra Talhada.

O jornalista Alfredo Neto, da Rádio Jornal Limoeiro, perguntou a Dani como ela irá ampliar o atendimento em delegacias da Mulher. A candidata também disse que abrirá mais concursos públicos para policiais pois, segundo ela, não pode haver limites para gasto de segurança, principalmente com mais investimentos no interior, diante da insegurança vigente. A candidata também criticou o fato de “capitanias hereditárias” governarem o estado e que fará atendimentos mais especializados e auxílio para as mulheres.


Ao senador Amando Monteiro perguntou o jornalista Ciro Bezerra, da Rádio Jornal Rede. Ele questionou Armando sobre o papel que ele teve para retomar a autonomia do Porto de Suape. Armando  não falou claramente, no debate, sobre o papel que teve para retirar a autonomia do Porto.  

Armando criticou o fato de Suape ter tido cinco presidentes nos últimos 4 anos no governo Paulo Câmara. Ele afirmou que vai tentar retomar a gestão autônoma de Suape, com a implantação do 2º terminal de contêineres.


Veja alguns pontos do 3º BLOCO

Armando Monteiro x Paulo Câmara

Armando perguntou sobre a luta de Paulo para tirar a candidatura de Marília Arraes, sobre apoio que ele deu Aécio Neves em 2014 e sobre Paulo ter demonstrado ser a favor da

Reforma Trabalhista. Paulo disse que fez aliança com PT para apoiar Lula e afirmou que o palanque de Temer é o de Armando. O atual governador se esquivou de falar do apoio a

Aécio Neves. Armando destacou que Paulo votou a favor do impeachment, liberou secretários para votar a favor. Monteiro voltou a afirmar que votou até o fim contra o impeachment

de Dilma e criticou o fato do governador querer nacionalizar a eleição estadual.

Paulo Câmara disse que é contra a reforma trabalhista e que quem é a favor é o palanque de Armando.

Paulo x Dani Portela

Paulo Câmara questionou sobre a água e a seca no interior.

Dani Portela criticou o fato de Paulo estar há 12 anos no governo (na verdade é o PSB). Paulo disse que houve melhorias, com crescimento e luta para mais água no interior e que

vai lutar, com Lula presidente, para a construção de mais obras. Ela disse que é ilusão o fato do candidato do PSB dizer que há muito desenvolvimento, o que, de acordo com a

candidata do PSOL, não é sentido pela população.

Dani Portela x Rands

A pergunta dela foi sobre a Reforma Trabalhista e Lei de Terceirização. Rands disse que a reforma trabalhista é maléfica aos trabalhadores e que vai tentar revogar a

terceirização influenciando na bancada na Câmara como governador. Dani Portela disse que o PDT, da coligação de Rands, e que Silvio Costa, candidato a senador, votou

favoravelmente à reforma na CLT. Rands rebateu ao declarar que nem o PDT, nem Silvio votaram a favor da reforma (e é verdade, PDT e Silvio foram contra). Ela criticou o fato de

o PDT, aliado de Rands, ter cargos no governo (Secretaria de Agricultura).

Rands x Armando

Rands perguntou sobre a atuação de Mendonça Filho e Bruno Araújo nos ministérios de Temer. Armando elogiou as atuações de Mendonça e Bruno, afirmando que espera contar com esses dois no Senado para articular mais os projetos em Brasília.

Segundo Armando, “Mendonça foi um dos melhores ministros da Educação”, e fez críticas do fato do PSB ir pra um lado e para outro. Rands disse que Armando faz um palanque considerado conservador e que engana o eleitor dizendo que vai votar em Lula, quando o candidato do PT é Fernando Haddad, querendo surfar na popularidade de Lula. Monteiro rebateu e disse que Rands foi aliado até a última hora e rompeu com Paulo agora a pouco para ser candidato.


Veja alguns pontos do quarto bloco

Jornalista Wagner Gomes (Rádio Jornal Recife) pergunta a Dani Portela

O questionamento foi sobre o crescimento da taxa de mortalidade nos últimos oito anos em Pernambuco. A candidata disse que vai romper com o que acontece: prefeitos da base do governo sendo beneficiados por verbas. Ela disse que fará investimentos e ações integradas com municípios. Dani Portela disse que é necessário um ajuste fiscal, para mais verbas, e um dos exemplos usados foi o combate à sonegação.

Eduardo Peixoto (Rádio Jornal Garanhuns) pergunta a Armando Monteiro

O jornalista perguntou sobre como lidar com a população carcerária em aumento em Pernambuco. Monteiro criticou o fato de parceiras público-privadas terem sido “mal-feitas pelo governo”. O candidato do PTB disse que articulará ações com as famílias para a ressocialização. Segundo Armando, é necessária uma melhor escolha de critérios na escolha de parceiros privados nas ações com o governo. Para Armando, “infelizmente, as PPPs foram mal-sucedidas”. Ele disse que citou como exemplo o presídio de Itaquitinga, com parceria que não deu certo.

Dilson (Rádio Jornal Caruaru) x Paulo Câmara

Dilson questionou Paulo sobre as críticas que ele faz a Temer, mas lembrou que o presidente está no poder há apenas dois anos. Paulo rebateu afirmações anteriores de adversários e indagações de jornalistas, dizendo que a taxa de feminicídio reduziu e a de mortalidade também. Paulo Câmara disse que, no início do governo, houve uma crise muito grande que atingiu o país. Segundo ele, houve investimentos para mais água em Caruaru. Dilson contestou dizendo que dois hospitais ainda não foram entregues em Caruaru e foram prometidos em 2014. Segundo Paulo, “é a maior crise da história do país” e que Pernambuco é um estado eficiente, usando como base o ranking da Folha de São Paulo. Paulo afirmou que entregará as obras no 2º mandato e o hospital São Sebastião no próximo dia 31.

Nildo Lucena (Rádio Jornal Pesqueira) x Maurício Rands

A pergunta foi sobre a proposta de moeda comunitária como uma das saídas para a violência. O candidato do PROS disse que a moeda comunitária reduziria o número de assaltos e seria restrita a uma região do estado. O comunicador pesqueirense perguntou como seria a circulação do dinheiro fornecido nos bancos, como o do Bolsa Família. Maurício Rands disse que as pessoas fariam uma conversão nas cidades e que os bandidos não teriam interesse já que as moedas não valeriam em outras regiões do Estado.


As considerações finais
Nas considerações finais, Armando Monteiro falou de esperança em um eventual novo tempo para Pernambuco. Ele disse também que sente a mudança nas ruas. Para Maurício, sua candidatura é da renovação. O postulante do PROS disse que a chapa é composta por homens e mulheres, sendo, assim, democrática. Ele se disse uma opção de esquerda. Já o governador frisou que ampliará os programas sociais e que quer mais quatro anos para Pernambuco ficar na frente. O candidato do PSB falou sobre a necessidade de lutar pelos mais pobres e de auxiliar no combate às desigualdades.


A candidata do PSOL se disse estar ao lado do povo e que é a “verdadeira candidata de esquerda”. Ela disse que será a governadora do corporativismo com participação popular, dos mais pobres e das mulheres.

Com informações de Aline Moura e Matheus Santos

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