Eleições 2018

Nova presidente do TSE sinaliza decisões rápidas sobre candidaturas

Rosa Weber falou sobre a importância das urnas eletrônicas e sobre a veracidade e a segurança das eleições nesse modelo, citando os 'votos de cabrestos'

Publicado em: 15/08/2018 07:37 | Atualizado em: 15/08/2018 07:39

Weber e Dodge sinalizam pela inelegibilidade de Lula
(foto: Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)

A ministra Rosa Weber, nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não precisou citar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o recado parecia bem direto. Segundo ela, serão observados os “estritos termos da lei” em qualquer pedido de registro de candidatura. No primeiro discurso à frente da Corte Eleitoral, Rosa — empossada ontem no lugar do ministro Luiz Fux — se esquivou de falar estritamente sobre Lula, mas, durante e após a cerimônia, repetiu a importância de se respeitar os prazos da Corte e afirmou que um candidato pode ter o registro indeferido “de ofício”: basta não ter condição de elegibilidade.

“Se houver necessidade de dilação probatória, ou seja, se não estiver em causa apenas uma questão jurídica, ou se o ministro relator sorteado entender impertinente a produção de qualquer prova, desde logo são abertos prazos para as alegações finais”, explicou. “Se não houver impugnação, há resolução do TSE que diz poder haver o exame de ofício. Não será uma impugnação, mas um indeferimento, ou seja, a compreensão de que não estão presentes as condições de elegibilidade ou alguma causa de inelegibilidade. Isso eu falo em tese. Cada caso é um caso”, completou.

A ministra, que fica até 2020, também falou sobre os desafios da gestão, em uma “eleição complexa”, e que conta com a descrença da sociedade. “Como presidente do TSE, considero minha missão assegurar todos os meios que viabilize o processo diário de fortalecimento de consolidação da democracia como uma inerência da vida política brasileira”, disse.

Rosa falou sobre a importância das urnas eletrônicas e sobre a veracidade e a segurança das eleições nesse modelo, citando os “votos de cabrestos”. “A urna é capaz de garantir, a um tempo, sigilo do voto, segurança e imparcialidade desenvolvida e implantada. Elas constituem o melhor exemplo da obra coletiva dos que se dedicam há décadas neste tribunal ao fortalecimento da democracia no país”, afirmou.

Outros presentes ao evento também deixaram recados claros quanto à candidatura de Lula, mesmo sem citar o nome do ex-presidente. “A lei da inelegibilidade deve ser assegurada para que só os elegíveis concorram e os inelegíveis não financiem suas campanhas com recursos públicos. É de responsabilidade (da Justiça Federal) anunciar ao eleitor quem são os reais concorrentes”, disse a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Haddad fala

Pela primeira vez, um representante do PT apareceu em um encontro entre candidatos à Presidência da República. O postulante a vice-presidente na chapa, Fernando Haddad, discursou na sabatina realizada pela União Nacional das Entidades de Comércio e Serviços (Unecs), em Brasília. E insistiu que o partido vai manter Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso em Curitiba, como candidato. Segundo Haddad, o ex-presidente deveria ser considerado candidato comum e participar de debates. “Se a Justiça negar, que as emissoras convidem o representante. No caso, seu candidato a vice. Não há nenhuma proibição”, argumentou o ex-prefeito de São Paulo. “Quem pode ser contra a apresentação de ideias em país que está tão desejoso de saída para a crise?”, questionou.
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