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ELEIÇÕES

Humberto prefere não falar mais em 'golpistas'

Disposto até a apoiar Marília, senador diz que em todos os palanques há quem votou pelo impeachment

Publicado em: 27/07/2018 07:01

Foto: Geraldo Magela / Agência Senado
O senador Humberto Costa (PT) afirmou, na quinta-feira (26), que vai ser difícil para qualquer palanque em Pernambuco rotular o adversário como “golpista”- discurso mais usado pelo PT e sua militância nos últimos dois anos, após o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, que se disse disposto a apoiar a vereadora Marília Arraes (PT) caso a tese da candidatura própria vença em Pernambuco, até mesmo o palanque idealizado pela vereadora tem apoio de quem defendeu o afastamento de Dilma, a exemplo do deputado federal João Fernando Coutinho, presidente estadual do PROS. Humberto quebrou o silêncio no qual estava mergulhado, ontem, e também fez críticas ao deputado federal Silvio Costa (Avante), pré-candidato ao Senado anunciado por Marília. 

O discurso de “golpista” é usado por Marília contra a bancada do PSB estadual, que, majoritariamente, votou a favor do impeachment. “Ninguém pode falar de golpista, nenhuma dessas coligações. Primeiro, porque parte da população apoiou aquele movimento e muita gente se arrependeu. Nessa aliança que a vereadora Marília Arraes está fazendo, ela também está se juntando com o ‘golpista’ do PROS, João Fernando Coutinho. Com todo o respeito e com a mesma benevolência que dou aos demais, ele (João Coutinho) votou pelo ‘golpe’, votou nas propostas de (Michel) Temer, na reforma trabalhista. Vamos parar com essa bobagem de dividir o mundo entre quem foi golpista e quem não foi. Quero saber quem é do governo Temer e quem teve cargo no governo Temer, quem aprovou as reformas”, disparou.

Humberto falou à Rádio Filadélfia, do Agreste Setentrional por quase uma hora, antes de percorrer municípios da região. Ele expôs as contradições do discurso usado por Marília contra o governador Paulo Câmara (PSB) e reforçou a tese que pretende adotar contra Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo(PSDB), ambos postulantes ao cargo de senador pela aliança de Armando Monteiro Neto (PTB). O petista rotulou Mendonça de “mãos de tesoura” e “homem de Temer” e frisou que ninguém lembrava da gestão de Bruno Araújo no ministério das Cidades em Pernambuco. O único poupado pelas críticas do petista foi o deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB), que defendeu abertamente o palanque do futuro presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB).

Indagado se seria candidato ao Senado numa chapa ao lado de Silvio Costa, ele admitiu que, nesse caso, poderia avaliar se concorreria à Câmara. “Confesso que não tenho nenhuma simpatia para ser candidato ao lado de Silvio Costa. Ele quer fazer uma campanha que não é o meu estilo, uma campanha com agressões. Não acho que ele soma nada para o PT. Eu estou avaliando as duas possibilidades (Câmara e Senado), mas sem dúvida minha preferência seria compor com o PSB”. 

O petista voltou a defender a aliança com o PSB, justificando a importância que uma retribuição nacional da sigla socialista significaria à pré-candidatura de Lula à Presidência. 
João Fernando Coutinho preferiu não se pronunciar. Silvio Costa, por sua vez, disse que ainda aposta numa mudança de postura de Humberto. “Respeito as preferências do senador, mas lamento que ele defenda Jarbas como seu companheiro de chapa. Tenho certeza que, a partir do dia 5 de agosto, eu, ele e Marília Arraes estaremos caminhando por Pernambuco”. Para Bruno Araújo, “Humberto Costa não tem projeto para Pernambuco e conhece Temer muito bem. Agora se humilha para conseguir o apoio do PSB”. Mendonça Filho não deu retorno até o fechamento desta edição.
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