Diario de Pernambuco
Busca

Investigação

Doleiro fugiu de navio para a Alemanha

A Câmbio, desligo foi deflagrada em 3 de maio. René Loeb, de 67 anos, é alvo de mandado de prisão preventiva

Publicado em: 18/05/2018 18:09

O doleiro René Maurício Loeb, foragido da Operação Câmbio, desligo, deixou o País em um navio de luxo rumo à Alemanha. Segundo sua defesa, Loeb está "acometido por doença grave" e foi para a Europa, em 8 de abril, fazer um tratamento de saúde.

A Câmbio, desligo foi deflagrada em 3 de maio. René Loeb, de 67 anos, é alvo de mandado de prisão preventiva. Os investigadores suspeitam tenha havido vazamento da ação e ele escapou. O doleiro embarcou no porto de Santos.

Em manifestação ao juiz federal Marcelo Bretas, em 14 de maio, o Ministério Público Federal comunicou a fuga do doleiro.

"A fuga empreendida pelo investigado René Loeb, ao embarcar em cruzeiro comercial para país do qual é cidadão, corrobora sua intenção em se furtar à aplicação da lei penal, bem como evidencia concreto prejuízo à instrução criminal", afirmou a força-tarefa da Lava Jato.

A defesa de Loeb afirma que ele tem fibrose pulmonar idiopática "em estado muito avançado que, dentre outras restrições, lhe impede de fazer viagens aéreas e obriga-o ao uso contínuo de suporte respiratório artificial de oxigênio".

"O motivo da viagem foi a busca de tratamento especializado desenvolvido na Europa (Alemanha, Suíça e Itália), onde são produzidos e testados os medicamentos de ponta (pirfenex, etc.) e técnicas experimentais para tratamento da doença, enquanto que permanecendo no Brasil o tratamento seria meramente paliativo e desenganado", relatou a defesa em 7 de maio.

"Ressalte-se que o requerente é cidadão alemão e como tal pode obter benefícios do Sistema de Saúde da Comunidade Econômica Europeia."

Na avaliação dos procuradores, a declaração da defesa sobre o tratamento de saúde do doleiro não se sustenta.

"Sem especificar no requerimento referidos métodos e a efetiva submissão do requerente aos mesmos, a alegação paira em abstrato não havendo comprovação nesse sentido", aponta a Procuradoria da República.

"Em acesso à rede mundial de computadores, nada foi localizado a respeito de tratamentos inovadores no sistema europeu de saúde que não sejam realizados no Brasil. Não bastasse isso, o pedido por si só contradiz o alegado estado precário do investigado: não se concebe que um paciente em risco tão grave de vida consiga embarcar em um cruzeiro comercial, sem qualquer recurso médico específico ou cuidados diferenciados."

Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL