investigação

Alvo da Operação Câmbio, Desligo, Darío Messer aparece em investigações desde os anos 80

O doleiro é citado em sucessivos escândalos, como Banestado, Mensalão, Swissleaks e Propinoduto

Publicado em: 04/05/2018 10:45 | Atualizado em: 04/05/2018 10:53

Atualmente, o doleiro está foragido. Foto: Reprodução/TV Globo

Com a prisão decretada pela Justiça Federal, o doleiro Darío Messer, foi o principal alvo de uma operação do MPF realizada nesta quinta-feira (3) para desmembrar uma organização criminosa que teria movimentado R$ 6 bilhões desde 2011. 

Darío que é engenheiro por formação, está no radar da Polícia Federal há aproximadamente 30 anos, sendo citado em inquéritos policiais desde o fim dos anos 1980. Nesse período, o doleiro já aparecia como operador de personalidades do Rio de Janeiro, como por exemplo, de Waldomiro Paes Garcia, o Miro, então patrono da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. Outro mandado de prisão foi expedido contra ele no Paraguai e seu nome já foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol, o que dificulta seu descolamento por aeroportos. 

Há cerca de 15 anos atrás, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado descobriu ainda uma movimentação de R$ 8 bilhões de forma irregular entre os anos de 1996 e 2002 ligada ao doleiro. Na ocasião, o pedido de indiciamento de Messer  foi feito, porém o doleiro não foi sequer preso.

Messer acabou citado em depoimentos de mais um caso milionário, pelo suposto envolvimento no esquema de envio irregular de US$ 33 milhões para o exterior por fiscais da Fazenda do Rio de Janeiro e auditores fiscais. O caso ficou conhecido como “Propinoduto”. 

Já com relação ao escândalo do "Mensalão", a PF apontou Darío como responsável por enviar US$ 1 bilhão de forma irregular para o exterior e entregar o dinheiro, em reais, no Banco Rural para integrantes do PT. O doleiro foi citado, também, em uma investigação acusado de ser dono de uma offshore no Panamá no caso do Swissleaks.

Messer também era bastante conhecido no Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf. Pelo órgão, foram expedidos, pelo menos, cinco relatórios sobre Messer que atestavam irregularidades em transações financeiras entre 2010 e 2015.

Na decisão desta quinta-feira que determina a prisão do doleiro, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, escreve: "Tendo agido como financiador por algumas vezes do dinheiro necessário para a formação de capital de giro indispensável às transações".

O doleiro é frequentador de festas na alta sociedade carioca e tem entre  seus amigos, pessoas influentes como jogadores de futebol e políticos. Em uma busca e apreensão a seu apartamento em 2004, policiais federais encontraram um quadro do pintor Portinari, na cobertura que tem no Leblon, na Zona Sul.

Por meio de nota, os advogados de Darío Messer informaram que ele "se pronunciará exclusivamente nos autos do processo".

Com informações do G1. 


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