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Editorial: É muito simples: ''não é não''

Publicado em: 07/02/2018 07:10 | Atualizado em: 07/02/2018 08:48


Será um carnaval diferente este, no qual as mulheres gozam de maior consciência do direito de andar nas ruas e subir ladeiras como querem, vestidas de shorts curtos, camisetas decotadas ou transparentes - se assim desejarem. Em que buscam diferenciar o flerte do assédio. E, se a mulher desconhece como identificar o aceitável e o abuso, pode contar com o apoio de amigas-ativistas, de movimentos de ONGs, de secretarias dos governos especializadas no apoio à mulher. A força-tarefa é para reconhecer, afastar e até criminalizar homens que abusam com ou sem a ajuda da bebida. O lema, que deve ser massificado não só em Recife e Olinda mas em todo o Brasil, é simples: “Não é não”.

Explica-se: se a mulher diz não ao cidadão que se aproxima, quer abraçar e beijar a todo custo e sem consenso, significa que a linha vermelha foi ultrapassada. Aqui em Pernambuco, uma campanha promete repercutir nos blocos e nas redes sociais durante e depois do carnaval. Intitulada “AconteceuNoCarnaval, ela conta com a distribuição de fitinhas de tecido para pulso e adesivos, afora um canal no Whatsapp (81 99140-5869) para que os casos de assédio sejam reportados e a campanha multiplicada. Algumas lojas e blocos se engajaram e apoiam o movimento, como é o caso da Avesso, Calma Monga, Duas Design, o camarote Carvalheira na Ladeira e o Bloco Pitombeira de Quatro Cantos.

A Prefeitura do Recife trabalha em duas frentes: a conscientização do que é assédio e a denúncia por meio da Central da Mulher (0800.2810107). A principal campanha da PCR é intitulada “Como não ser um babaca” e conta com um manual que usa 15 quadrinhos para desconstruir a imagem do machão, usando como apoio o personagem “Zé Mamão” para fazer uma relação com o bobão, sem noção, inapropriado ou até criminoso que faz tudo errado. Nos dois casos, a mensagem é a mesma: só o consentimento faz a paquera e não há argumento que sustente a violência contra a mulher.
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