Opinião Jaime Xavier: Consumo consciente, isto existe de verdade? Jaime Xavier é mestre em administração de negócios pela Coppe 2013 RJ. Sócio-diretor da XConsult 2013 Consultoria Empresarial

Publicado em: 11/12/2017 07:24 Atualizado em:

Por diversas ocasiões, escutamos e até reproduzimos certos “jargões”, simplesmente porque isso se tornou em uma maneira “politicamente correta” de nos posicionarmos, porque que isto virou “moda”, ou mesmo porque não entendemos bem do que se trata, mas como todo mundo diz, não queremos ser diferentes. A expressão “Consumo Consciente” é uma delas.

Muito usada por todos os que querem se destacar como modernos, preocupados com o futuro e mesmo por aqueles que querem justificar uma certa “avareza”, a expressão tornou-se lugar comum, sendo utilizada sem que, de fato, na maior parte das vezes haja uma atitude que comprove o que se diz nas conversas e discussões a respeito.

Para que não haja duvida a respeito da minha própria posição a respeito, vou logo informando a todos que sou o pior exemplo que se pode encontrar neste sentido. Se não vejamos:

Tenho o péssimo habito de comprar e preparar muito mais alimentos do que necessito. Isto resulta em desperdício, e não são poucas as vezes em que, quantidades substanciais de produtos são jogados fora na minha casa
Meu guarda-roupa e o da minha mulher estão cheios de peças de roupa e pares de sapatos que não usamos mais, seja porque engordamos e não há “barriga encolhida” que consiga fazer com que caibam, seja porque esperamos um dia voltar aos nossos corpos esbeltos e magros, o que já é um conflito com o que está relatado no parágrafo anterior

No sentido contrário tambem tempos peças de roupas e sapatos que jamais usamos, desde que os adquirimos, esperando uma hipotética ocasião especial para que isso aconteça. O danado é que essa hora nunca chega.

Não tenho a menor preocupação em economizar àgua ou gaz quando tomo banho e menos ainda em orientar as empregadas sobre como fazer um uso mais racional desses bens para a lavagem de roupas, louças etc.

Apesar de não ter uma grande preocupação com o consumo de energia, esta talvez seja a única coisa que ainda me prende um pouco a atenção.

Estes são alguns dos fatos que me enquadram, à vista dos que se assumem como ambientalistas, um “criminoso sócio-ambiental”, mas sinceramente, o que mais me chateia é que sei muito bem que estes são erros que cometo e que, até agora, não fiz nenhum esforço em corrigir.

Provavelmente você, que teve a paciência de ler este artigo até aqui, deve estar pensando: “eu também, faço as mesmas coisas. E daí?”
Daí que se você efetivamente refletir a respeito, meu objetivo já foi cumprido...

Pensemos no Haiti, como canta Caetano Veloso, nos milhões de seres humanos que morrem de fome e sede diariamente em todo o mundo, na extinção de tantas espécies, única e exclusivamente por nossa irresponsabilidade no trato com o que para nós parece ser um recurso abundante e infinito.

E, a partir dessa terrível realidade, vamos juntos mudar nossa atitude e visão em relação aos bens naturais, respeitando o planeta, utilizando de maneira racional as extraordinárias riquezas que ele nos entrega e deixando de sermos “burros”, como temos sido até agora...


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