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Diario na Alemanha Executivos ainda estão na contramão, de acordo com pesquisa Um em cada sete executivos da Alemanha classifica o compliance como uma questão prioritária

Por: Sávio Gabriel - Diario de Pernambuco

Publicado em: 17/12/2017 10:00 Atualizado em: 22/12/2017 20:21

Apesar de o número de empresas alemãs que passaram a implementar sistemas de compliance nos últimos anos ter aumentado, o país ainda enfrenta alguns desafios nesse processo. Um deles é o fato de que muitos executivos que ocupam o primeiro escalão das corporações, assim como os que estão em níveis gerenciais, ainda não se conscientizaram o suficiente em relação ao tema. Estimativa feita por especialistas aponta que apenas um em cada sete executivos do país classifica o compliance como uma questão prioritária para a empresa ou para a própria função que exerce.

É o que revela um estudo feito pela divisão alemã da KPMG (empresa multinacional especializada em auditona e consultoria), em parceria com a Alliance for Integrity (iniciativa implementada pela Sociedade Alemã de Cooperação Internacional - GIZ) e pela . Publicado em julho deste ano, o documento revela ainda que existem alguns desafios entre empresas de pequeno e médio porte: a falta de uma abordagem mais estruturada para documentar os possíveis riscos a que a companhia está sujeita, bem como inadequação no processo de monitoramento de tais riscos.

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Outro problema envolvendo as pequenas e médias empresas é a incapacidade delas de instalar programas que sejam, de fato, efetivos. Isso muitas vezes acontece porque a implementação de medidas de conformidade implica, sobretudo, em custos. Mas a falta de consciência com relação ao tema também é um dos fatores que atinge esse segmento, de acordo com Cláudia Lorek, gerente regional para a Ásia e América Latina da Alliance for Integrity. “As grandes empresas têm mais contato com o tema, com empresas de consultoria, elaboram planos… Já para as pequenas e médias, esse acesso à consultoria é mais difícil e eles (executivos) não veem uma relevância para o negócio no que se refere à compliance”, explica.

O estudo também mostra que a existência de sistemas de compliance nas empresas não significa, necessariamente, que sejam efetivos. Isso porque, em alguns casos, há problemas de integração das normas ao dia a dia dos gestores e demais funcionários, fazendo com que tais regras sejam consideradas abstratas. “Como um especialista explicou, normas e políticas de compliance tendem a ser elaboradas em um nível abstrato (…) o que as pessoas necessitam saber no nível operacional são diretrizes práticas (...)”, diz um trecho do estudo.

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