Opinião Brenda Silveira: Bons negócios e incentivo à beira-mar Brenda Silveira é diretora executiva do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau

Publicado em: 18/10/2017 07:10 Atualizado em:

O segmento de Meetings, Incentive, Conferences and Exhibitions (MICE) consolida-se como o segundo maior fator de atração de visitantes estrangeiros para o Brasil, de acordo com o Anuário Estatístico do Ministério Turismo. Além disso, pode ser um fator essencial para atenuar os efeitos da sazonalidade em destinos calcados no turismo de lazer. Os organizadores de eventos e associações já descobriram como é exitoso gerar conhecimento, fechar bons negócios e estimular a integração de equipes e departamentos à beira-mar, com o sol como testemunha. Pois é este potencial que Porto de Galinhas e o município do Ipojuca começam a descobrir e a trabalhar com ainda mais afinco. 

Tivemos a mais recente comprovação dessa tese na Feira EBS - Evento Business Show, realizada nos dias 7 e 8 de junho no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. O balneário pernambucano, por meio do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau, figurou entre os expositores e despertou a atenção de buyers em busca de novas soluções para a organização e promoção de seus eventos corporativos e de incentivo. As rodadas de negócios no conceito speed meeting, formato lançado nesta edição, reuniram, durante duas horas, compradores e fornecedores exclusivamente para geração de novos negócios e parcerias. O resultado foi muito além do simples networking. Saímos de lá com 15 eventos interessados no nosso destino. Outra bem-sucedida iniciativa foi a participação na Fiexpo Latinoamerica, de 4 a 6 de junho, no Chile, onde colocamos o balneário no mapa do circuito latino-americano do mercado de incentivo. 

É a continuidade do que já presenciamos em 2016, quando totalizamos 16 eventos captados e apoiados em diferentes segmentos, entre os quais ciência, gastronomia, legislação e tecnologia. Todos serão promovidos até 2020 e devem gerar um incremento de R$ 16 milhões para a economia da região. 
Neste ano, a região já foi sede do 2º Congresso de Corretores e Seguros do Nordeste, do Festival Internacional de Mágica e o XXVI Congresso Pernambucano de Cardiologia. No mês de outubro é a vez XIX Congresso Brasileiro de Mastologia e, em 2018, será a vez do Congresso Brasileiro de Cefaleia e do XI Congresso Norte e Nordeste e Centro-Oeste de Cirurgia Torácica. O Destination Brazil Travel Mart, que ocorreu com pleno êxito no destino no ano passado, gerou mais de R$ 177 milhões em volume de negócios. 

Mobilizar um destino para receber eventos desse gênero significa incentivar o desenvolvimento socioeconômico local, com geração de empregos e renda. Vale frisar que o público de negócios e incentivo registra gastos até 40% superiores aos dos visitantes de lazer, movimentando os espaços de convenções da hotelaria, as equipes de receptivo e toda a cadeia produtiva de eventos da região. 

Alguns de nossos hotéis comportam eventos para até 1.500 pessoas e muitos experimentam processo de expansão e modernização. Na comparação com centros urbanos, os eventos em cidades menores e turísticas acabam registrando melhores níveis de adesão. Também potencializam o relacionamento entre participantes e geram mais oportunidades de networking. Para convenções, o diversificado ecossistema do balneário pode ser convidativo para atividades náuticas que estimulem uma competição saudável e o espírito de equipe. 

O mercado de eventos tem o grande desafio de levar o conhecimento e gerar experiências que realmente fixem a marca de seus patrocinadores. Por isso, Porto de Galinhas tem crescido e recebido cada vez mais congressos associativos, convenções e incentivos. Outro estímulo é o Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre, que não se destaca apenas pelos 13 voos internacionais e mais de 500 frequências domésticas de 25 cidades brasileiras, mas também por distar apenas 49 quilômetros do balneário. 

Somos privilegiados por natureza, mas sem mobilização e trabalho não há privilégio que perdure. Para diminuir a sazonalidade natural do turismo e manter os cerca de 20 mil postos de trabalho diretos e indiretos em Porto de Galinhas, é preciso muito trabalho. Explorar o que temos de melhor permitirá investirmos e qualificarmos ainda mais nossa oferta. 


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