OPINIÃO Luís Boaventura: A falta de segurança em PE ultrapassa a TV Luís Boaventura é Professor de telejornalismo e autor do livro ABTV: Fazendo História

Publicado em: 19/09/2017 07:26 Atualizado em:

Vivemos numa guerra e parecemos estar anestesiados, apáticos diante dela. Ou pior fingimos estar, porque nossas casas estão com cercas elétricas, grampos e cacos de vidros nos muros. Tem câmeras de vigilância por toda a parte, damos duas, três voltas antes de abrir o portão de casa. Ainda dizem que as crianças são reféns da tecnologia, quando na verdade é tirado delas o direito de brincar na calçada de casa. Seja nas capitais ou no interior. Nosso dia-a-dia é pautado pelos bandidos: saímos com dinheiro escondido na meia, celular escondido nas roupas íntimas e é preciso pensar numa estratégia de segurança caso seja preciso ir ao banco, ou uma lotérica por exemplo. Ninguém está seguro em Pernambuco: Ninguém! Na noite do sábado (16) o ABTV 2ª Edição foi apresentado pelo jornalista Alexandre Farias. Cumprindo seu papel de informar a população noticiou a elevação da violência no estado, com destaque para Caruaru. Pela voz de Alexandre, ouvimos: “A Secretaria de Defesa Social divulgou um balanço da violência do mês de agosto em Pernambuco. E infelizmente ele foi considerado o mês mais violento dos últimos sete anos”. Ironicamente, quis o destino que Alexandre fosse o símbolo da violência em setembro. Atingido por um tiro na testa, enquanto tentava voltar para casa, numa rotina também refém dos bandidos, como a de todos nós. Mas a culpa, definitivamente não é do destino. Os nossos representantes eleitos para zelar pela nossa segurança seguem escoltados por policiais, amparados pela lei, e mesmo assim se sentem desconfortáveis, que diremos nós. Alexandre graças a Deus sobreviveu segue em coma na briga pelo direito de poder respirar num leito frio de UTI, em Caruaru.  Mas, ele se torna símbolo não porque é apresentador de TV e merece privilégios ou destaque. Mas por ser jornalista de TV chega diariamente na casa de milhões de pessoas do interior de Pernambuco sendo a voz delas na busca pelo retorno da segurança, mas ele mesmo que representa a indignação da população foi atingido.

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