Diario Editorial: Aliança contra o terrorismo

Publicado em: 22/08/2017 07:01 Atualizado em:

Las Ramblas, via turística de Barcelona, na quinta-feira, foi banhada de sangue pelo terror que se alastra pela Europa. Os extremistas alugaram uma van e, em alta velocidade, a arremeteram contra os pedestres. Deixaram pelo menos 14 mortos e mais de 100 feridos, entre os quais muitos em estado gravíssimo. Esse foi o pior atentado desde as explosões em trens no subúrbio de Madri, em 11 de março de 2014, que mataram 191 pessoas e feriram 2.050, reivindicadas pela Al-Qaeda. Desta vez, como faz há algum tempo, o Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria do atentado — uma forma de preservar a projeção que conquistou com decapitações transmitidas ao vivo e ataques com homens e mulheres-bombas em várias partes do mundo.

Poucas horas depois do episódio em Las Ramblas, houve mais um atentado idêntico em Cambrils, a 120km a sudoeste de Barcelona. Um furgão atropelou pessoas no Passeio Marítimo e deixou sete feridas, sendo duas em estado grave. A polícia revidou e matou os quatro terroristas que estavam no veículo. Segundo a imprensa espanhola, os agressores usavam cinturões de explosivos. Entre os eliminados estava o motorista da van usada na tragédia nas largas calçadas da capital da Catalunha

Os ataques de quinta-feira não foram só contra o povo da Espanha. Eles atingiram pessoas de 35 nacionalidades. Nos últimos 13 meses, França, Suécia, Alemanha e Reino Unido (em três momentos) foram consternadas pela brutalidade dos terroristas. Em comum, os agressores arremessaram veículos contra a multidão e fizeram centenas de vítimas.

O terror sobre rodas foge ao controle dos serviços de inteligência dos governos. Tornou-se, pelo menos no último ano, mais eficiente e de menor custo do que os atentados suicidas, por meio de bombas amarradas ao corpo, para os extremistas alcançarem seus objetivos. Centenas de famílias estão enlutadas pela estupidez dos que matam em nome da fé ou movidos por fobias incompatíveis com o momento histórico da humanidade. As nações civilizadas se solidarizam e tentam, a seu modo, se proteger da inominável brutalidade.

Hoje, o terrorismo é questão mundial. Espalha o pânico em todos os cantos do planeta. Desafia governos a encontrarem meios de se prevenir das agressões. Ações mais enérgicas são essenciais a fim de conter os covardes. Às nações se impõe a necessidade de criar uma rede de inteligência para deter potenciais suspeitos de alinhamento com a barbárie. Independentemente da nacionalidade, credo ou etnia, a paz precisa ser construída. No enfrentamento do terror, não pode haver concorrência. As alianças são indispensáveis, pois não existe outro meio de garantir a segurança a todos os cidadãos.
 


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