Diario de Pernambuco
Busca
Diario Editorial: A crise e a educação

Publicado em: 16/08/2017 07:19 Atualizado em:

O alerta soou para alunos das universidades federais brasileiras. Com ele, surgiu a ameaça para a prestação de serviços básicos dessas instituições, que podem ser prejudicadas pelo contingenciamento de repasses previstos para as despesas deste ano. Quem emitiu o sinal foi o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes), Emmanuel Tourinho. Ele diz não haver recursos em muitas unidades para arcar com bolsas alunos de baixa renda, serviços de limpeza, energia, vigilância e pagar manutenção de instalações. Só há dinheiro garantido para cobrir as contas até o próximo mês, setembro.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, promete que as liberações ocorrerão gradualmente até dezembro e, assim, procura tranquilizar gestores. De toda forma, divide responsabilidades alegando que alguns problemas financeiros enfrentados pelas universidades muitas vezes ocorrem de má gestão, tendo em vista que algumas “não enfrentam problemas”.

De que lado está a razão, não se sabe. É, contudo, possível prever que o impacto sobre o alunado começa a ser notado. Na Universidade de Brasília (UnB), que aponta um déficit de R$ 105,6 milhões para este ano, houve um corte contratual com o restaurante e consequente adaptação do cardápio. Proteínas como linguiças e hambúrgueres e rabo de boi foram postos como opção de alimentos dos universitários. Gestores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) informam a redução do quadro de terceirizados para a metade. Com os cortes, o acolhimento aos novos alunos, com acesso ampliado via sistema de cotas, ficaria comprometido. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a projeção do déficit chega a R$ 40 milhões até dezembro. O reitor diz que está confiante na chegada de recursos para que itens como alimentação, limpeza e segurança não sejam afetados.

O cenário é sombrio para o próximo ano também. O alunado dessas universidades continua estudando e driblando o temor de novas greves e a interrupção de períodos letivos.
 




MAIS NOTÍCIAS DO CANAL