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Opinião Raimundo Carrero: O Brasil real e o Brasil oficial - imagens de Rivânia e Loures Raimundo Carrero é escritor e jornalista

Publicado em: 12/06/2017 07:33 Atualizado em:

Nestes tempos do reinado das imagens, pelo menos duas delas impressionaram  o brasileiro na semana passada: 1 - a  menina Rivânia protegendo e salvando uma sacola de livros enquanto era ameaçada pelas águas violentas da enchentes que sufocaram a Zona da Mata de Pernmbuco- Brasil real; 2 – o deputado Rodrigo Rocha Loures correndo pelas ruas de São Paulo com uma mala onde guardava R$ 500 mil fruto da corrupção sem culpa que devasta o país - Brasil oficial.

Não poderia ser mais comovente a imagem de Rivânia segurando a sacola sobre a jangada improvisada, as águas subiam fortes e sacudiam a garota, prestes a cair e se afogar. De longe, um senhor filmou o drama, já suficiente para comover e inquietar. O que levava a menina com tanto cuidado e zelo naquela sacola, a protegê-la da fúria das águas, a ponto de colocar em risco a própria vida?

Livros. A resposta definitiva: livros. Rivânia queria salvar os livros. Até porque acreditava, sempre acreditou, que eram a vida mágica e educadora, que lhe asseguraria o futuro. Um amor pelos livros que falta aos senhores da mídia no Brasil, encantados com funk, safadão, psgode, sertanejo e bunda-lelê. E que vão produzir novos corrutos e novas corruções neste país dos desgraçados.

Desgraçados ainda mais com esta imagem eloquente de  Rodrigo Rocha Loures, do Brasil Oficial, com seus batedores de carteira, isso mesmo, batedores de carteira porque o dinheiro roubado sai dos nossos bolsos e do nosso suor, da nossa carteira sagrada quando sobra um dinheirinho. Se é que sobra.

E esta história da Previdência tão mal contada. Ninguém quer dizer mesmo onde foi para o dinheiro da Previdência. No tempo em que militei na imprensa diária, como repórter, editor, e chefe de Reportagem deste Diario de Pernambuco a história era outra, bem outra. Agora precisam, novamente, recompor o cofre também com nosso santo dinheirinho. E haja reforma para nosso mísero vintém.


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