Legislativo PPS critica vereador do Recife que votou contra criação de Conselho LGBT O partido afirmou que a postura de Ricardo Cruz fere o estatuto interno

Por: Sávio Gabriel - Diario de Pernambuco

Publicado em: 23/05/2017 19:51 Atualizado em:

Por meio de nota, o parlamentar afirmou que não tem nada contra o público LGBT. Foto: Câmara do Recife
Por meio de nota, o parlamentar afirmou que não tem nada contra o público LGBT. Foto: Câmara do Recife
Um dia depois de a Câmara do Recife rejeitar a criação do Conselho LGBT na cidade devido à força da bancada conservadora, o diretório municipal do PPS lançou uma nota pública onde critica o posicionamento do vereador Ricardo Cruz. O parlamentar foi um dos 13 legisladores que votou contra a tentativa de criação do órgão. No texto, o partido afirma que já advertiu o legislador e cobra uma mudança em seu posicionamento sob pena de sofrer medidas disciplinares.

“É fundamental que o conselho seja criado no Recife. O PPS tem história de uma defesa intransigente na superação das diferenças e na promoção da igualdade. O voto do vereador foi incongruente com os dizeres do partido”, disse Felipe Lima, presidente do PPS Recife, ressaltando que a ideia de criação do conselho, cujo projeto de lei era de autoria do Poder Executivo, teve a contribuição de vereadores de legislaturas passadas.

O PPS defende que o posicionamento de Ricardo Cruz vai de encontro ao artigo 6° do estatuto, que versa sobre o compromisso de seus filiados a atuarem em prol da liberdade e da justiça social e rejeita qualquer comportamento de cunho discriminatório e preconceituoso. Coordenadora do PPS Diversidade em Pernambuco e membro da Comissão de Direitos Humanos da Cidade do Recife, Maria do Céu também emitiu uma nota pública de desagravo. “Qual o nome que se dá à atitude de um agente público que se elege sob a égide de um partido que defende causas LGBTs, com votos destes eleitores, e vota contra eles?”, disse.

O presidente do PPS explicou que, no primeiro momento, Ricardo Cruz foi advertido. “Com a insistência de indisciplina, há outros tipos de sanções. Caso os atos sejam tomados reiteradas vezes, pode gerar até expulsão do partido”, disse, ressaltando, no entanto, que a saída do parlamentar do partido seria a última medida a ser tomada. “Ele só precisa de enquadramento com o partido. É uma questão de tempo”.

Por meio de nota a assessoria de imprensa do vereador informou que o parlamentar não foi incoerente nem desrespeitou o artigo 6° do estatuto interno. “Em particular, o voto contrário à instalação do Conselho LGBT, se deu pelo reconhecimento da já existente Comissão Municipal de Direitos Humanos do Recife, que também já engloba o cuidado com o público LGBT”, diz o texto, acrescentando que Ricardo Cruz não tem “nenhuma oposição” em relação "a esse relevante segmento da sociedade". Com relação às queixas de Maria do Céu, o parlamentar “respeita a indignação” e se colocou à disposição da manutenção da união interna na sigla.

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