Diario Editorial: A desigualdade que o mundo não consegue superar Praticamente não há um setor vital da humanidade em que as mulheres não estejam presentes, dando sua contribuição

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 27/10/2016 06:55 Atualizado em:

Todos os dias o noticiário nos dá exemplos de como é difícil operar transformações nos temas que são realmente importante. Relatório do Fórum Econômico Mundial divulgado ontem mostra que mantido o ritmo atual a igualdade econômica entre homens e mulheres só acontecerá daqui a 170 anos, isto é, em 2186… O estudo avaliou 144 países; o Brasil ocupa a 129ª posição em relação à igualdade de salários entre os gêneros. Mesmo assim, no país o total de anos para a equiparação econômica entre homens e mulheres é inferior à média mundial: aqui serão necessários ‘apenas’ 95 anos… O relatório mostra que, no mundo, houve nos últimos anos uma desaceleração no sentido da igualdade de gêneros, a ponto de a taxa de desigualdade de hoje ser semelhante a de 2008.

A informação de que o fosso econômico entre homens e mulheres seja tão profundo soa surpreendente diante dos avanços que as mulheres têm conseguido nas últimas décadas, chegando inclusive à presidência de muitos países - agora mesmo, por exemplo, uma mulher disputa com chances de vitória a presidência da maior nação do planeta: Hillary Clinton, nos Estados Unidos.

Em 95 países o total de mulheres na universidade é igual ou superior ao dos homens. Praticamente não há um setor vital da humanidade em que as mulheres não estejam presentes, dando sua contribuição. No entanto, “elas ganham em média pouco mais da metade do que os homens, apesar de que em geral trabalham mais horas (levando-se em conta tanto o trabalho remunerado como o não-remunerado”, informa o relatório do Fórum Mundial. Dois outros pontos relevantes destacados pelo documento: 1º) ainda é “escassa” a participação delas em cargos de responsabilidade e 2º) nos últimos anos houve uma freada na admissão ao mercado de trabalho.

A diferença entre o que ganham homens e mulheres põe “o crescimento econômico em risco e priva as economias da oportunidade de se desenvolverem”, afirma o documento. O que se constitui em mais uma demonstração de que as desigualdades nunca são apenas uma questão de (in)justiça referente a x ou y, e sim um fenômeno que causa prejuízos a toda a sociedade. 


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