Opinião Conclusões do Ideb 2015: um tributo a Eduardo Campos (I)

Publicado em: 24/09/2016 09:45 Atualizado em:

Alexandre Rands
Economista, PhD pela Universidade de Illinois, EUA

O desempenho das escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco no Ideb de 2015 foi motivo de muita comemoração e alegria no estado. Nossas escolas estaduais tiveram média que as deixaram empatadas com as de São Paulo em primeiro lugar no ranking nacional na avaliação do terceiro ano do ensino médio. Além disso, tivemos também o Ideb que mais cresceu entre todas as unidades da federação para esse conjunto de escolas entre 2007 e 2015. Seguramente essas realizações são algo para muita comemoração.

Na divisão das responsabilidades entre os entes federativos, a provisão do ensino médio público e gratuito é de responsabilidade do Estado, enquanto as prefeituras respondem pelos ensinos fundamental e pré-escolar e o governo federal pelo ensino superior. Obviamente, não há rigidez total nessa divisão. O governo federal possui algumas escolas de ensino médio, como as escolas técnicas federais e militares, e os estados possuem algumas escolas de ensino fundamental e instituições de ensino superior, como a nossa UPE. Todavia, há uma tendência a cada esfera de governo se concentrar naquele nível de ensino que é sua responsabilidade. Daí o mérito de tal realização do ensino médio pernambucano ser atribuído principalmente às ações do governo do estado.

Os resultados obtidos são fruto de um trabalho sério desenvolvido nos últimos anos e liderado pelo ex-governador Eduardo Campos, tendo sido continuado por João Lyra e Paulo Câmara. Uma primeira mudança essencial ocorreu nas prioridades das ações governamentais referentes à educação. Enquanto tradicionalmente em nosso estado os interesses políticos vinham à frente dos interesses dos alunos nas decisões tomadas, Eduardo Campos inverteu essa lógica e pôs a qualidade do ensino transmitido à frente. Nomeações de diretores de escolas, gerentes regionais e outras relevantes passaram a ser tomadas sob a nova ótica.

Além disso, os investimentos no setor passaram a ser direcionados às reais prioridades e a expansão do número de escolas de referência com extensão do tempo dedicado aos estudos pelos alunos foi incluída entre essas prioridades. Certamente tais medidas causaram grande impacto nos resultados. Todas elas demonstram uma mudança de atitude em relação à educação e que vem progressivamente rendendo bons resultados para a população de Pernambuco.
Os resultados de mudanças de rumo na educação só demonstram seus resultados após algum tempo.

Infelizmente o ex-governador Eduardo Campos não está mais entre nós para presenciar de forma mais plena os bons frutos gerados por todo o seu esforço em melhorar o ensino médio em Pernambuco. Mas não podemos deixar de ver tais resultados como um grande tributo a ele pelo seu trabalho e empenho na melhoria de nosso ensino, obviamente sem desconsiderar a continuidade levada adiante pelos seus dois sucessores, João Lyra e Paulo Câmara.

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