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Impeachment Jornais internacionais repercutem discurso de Dilma no Senado "New York Times" chama discurso de Dilma de última cartada em defesa do seu mandato. Já a manchete do "El Pais" diz que a presidente denuncia golpe de Estado

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 29/08/2016 19:35 Atualizado em: 29/08/2016 20:11

El País ressaltou a denúncia de um golpe de Estado por parte de Dilma. Foto: El País/Reprodução
El País ressaltou a denúncia de um golpe de Estado por parte de Dilma. Foto: El País/Reprodução

Grandes veículos internacionais noticiaram nesta segunda-feira o discurso inicial de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff na sessão do Senado. El Pais e Le Monde ressaltaram que Dilma denuncia um golpe de Estado, já o Guardian relembrou seu passado de guerrilheira e disse que ela foi com a mesma força para a “luta” no Senado. O The New York Times afirmou que a defesa da presidente hoje é sua última cartada.

O título da matéria do jornal espanhol El Pais traz a frase de Dilma: “Não luto por meu mandato, luto pela democracia, pela verdade e pela justiça”. O texto chamou o discurso de defesa da presidente no processo de impeachment como o mais importante de sua carreira política, “talvez o último também”, disse.

Para o veículo espanhol, a presidente afastada “sabe que só um milagre a salva, que está tudo perdido. Ou quase”. Seu discurso, em tom duro e emocionante, de acordo com o jornal, apelou para os sentimentos, seu caráter e trajetória política. “Rousseff não se dirigiu apenas seu discurso aos senadores, mas sim ao país inteiro, aos livros de história, ao seu próprio retrato e à sua própria biografia”, afirmou o texto.
O francês Le Monde seguiu o modelo da publicação espanhola. Foto: Le Monde/Reprodução
O francês Le Monde seguiu o modelo da publicação espanhola. Foto: Le Monde/Reprodução


O jornal francês Le Monde trouxe uma matéria na tarde desta segunda cuja manchete diz: “Brasil: Dilma Rousseff denuncia ‘golpe de Estado’ em seu processo de destituição”. O texto repete a fala utilizada no El Pais, de que a presidente não estaria defendendo o mandato, mas sim a justiça. Além disso, Le Monde pontuou que Dilma clama por sua inocência e denuncia um complô por seu ex-presidente, Michel Temer - “agora rival”, denominou o jornal.

O inglês The Guardian diz que Dilma chegou lutando em sua defesa no impeachment nesta segunda. O texto trouxe a fala da presidente de que não daria para trás nem teria medo de se defender hoje e lembrou de seu passado de guerrilheira marxista e de tortura na ditadura militar. “Mesmo que seja grande a expectativa que ela perca na fase final do impeachment, que deve ocorrer nos próximos dois dias”, lembra o veículo britânico.

Já o The New York Times chama a defesa de Dilma como última cartada para defender seu mandato. O título ressalta que Dilma disse que não seria silenciada no seu julgamento. “Não esperem de mim o obsequioso silêncio dos covardes”, cita a presidente. O jornal lembrou que ela está sendo acusada pelas “pedalas fiscais” e que Michel Temer assumiria, caso Dilma fosse permanentemente afastada.

“‘Se o contrato político com o povo for rompido, então qualquer contrato poderá ser rompido’, disse Roussef, argumentando que sua saída aumentaria os riscos de investimentos em um país que presidentes podem ser retirados com facilidade”, afirmou o New York Times.
O norte-americano New York Times citou uma fala de Dilma: "Não serei silenciada". Foto: New York Times/Reprodução
O norte-americano New York Times citou uma fala de Dilma: "Não serei silenciada". Foto: New York Times/Reprodução


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