Editorial Editorial: Bibliotecas para promover leitura e paz Biblioteca não é apenas um armazém de livros colocados em estantes; é preciso que seja também um ambiente agradável

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 06/04/2016 07:04 Atualizado em:

O Brasil progrediu em muitas áreas nas últimas décadas, mas em pelo menos uma ainda apresenta resultados estarrecedores: a leitura. A última grande pesquisa nacional sobre o assunto, a Retratos da Leitura no Brasil, em 2012, constatou que o brasileiro lê apenas quatro livros por ano. Há muitos motivos que explicam essa tragédia (poder aquisitivo das famílias; preço dos livros; início tardio da leitura no país etc.), mas entre as soluções para reverter a situação não há nenhuma melhor do que valorizar as bibliotecas.

Estas considerações vêm a propósito da reabertura da Biblioteca Popular de Casa Amarela, ocorrida anteontem, após um ano de reformas. Seu acervo é de 11 mil livros, em diferentes áreas, desde os de ficção aos de não-ficção, desde os clássicos, como Os Sertões, até obras específicas para concursos. A reforma teve instalação de aparelhos de ar condicionado, projeto de paisagismo, recuperações estruturais e substituição da cobertura por telhas termoacústicas. 

Biblioteca não é apenas um armazém de livros colocados em estantes; é preciso que seja também um ambiente agradável para os usuários, bem iluminado, dotado de conforto. Também precisa ser um organismo vivo - ter contações de histórias, oficinas de arte, apresentações teatrais. Tudo isso está garantido para a biblioteca de Casa Amarela, que é municipal.

As bibliotecas não são também apenas um ambiente para estimular o hábito da leitura. Se fosse apenas isso, ainda assim seriam valiosas; mas seu alcance vai além. Como lembrou o prefeito Geraldo Julio, durante o ato de reabertura da Biblioteca Popular de Casa Amarela, elas “têm impacto também na segurança pública da cidade, pois são opções para nossas crianças e adolescentes”. 

Caso elas sejam atrativas o suficiente, podem fazer com que os jovens passem lá seu tempo livre, afastando-os de eventuais estímulos à violência. Isso porque, ao não ser apenas um armazém de livros, as bibliotecas podem tornar-se uma espécie de centros sociais, espaço livre para atividades lúdicas e culturais gratuitas.

Outra biblioteca municipal, a de Afogados, também passa por reformas e deve ser reaberta até o final de abril. E o Compaz inaugurado em fevereiro passado, no Alto Santa Terezinha, tem uma grande biblioteca como um dos seus principais atrativos.

Sabemos que apenas estas iniciativas não vão resolver todos os problemas que combatem (até porque a solução deles necessita da participação das esferas estadual e nacional de poder). Mas são passos vigorosos que se dão no sentido de facilitar o acesso à leitura, promover a paz e fortalecer a cidadania.


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