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Resposta Eduardo Cunha ameaça abrir hoje processo de impeachment contra Dilma O parlamentar disse a Temer que se o PT votar contra ele no Conselho de Ética poderá abrir, hoje mesmo, processo de impeachment

Publicado em: 01/12/2015 07:37 Atualizado em: 01/12/2015 09:19

Cunha concedeu coletiva nesta segunda-feira e negou todas as acusações contra ele. Foto: Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Cunha concedeu coletiva nesta segunda-feira e negou todas as acusações contra ele. Foto: Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Em almoço com o vice-presidente Michel Temer nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o governo conspira contra ele e insinuou que pode deflagrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff hoje, caso o PT vote por sua cassação no Conselho de Ética da Casa.

Durante a conversa de quase duas horas no Palácio do Jaburu, Cunha afirmou a Temer que a nova denúncia contra ele, de que o BTG Pactual pagou R$ 45 milhões para que o banco de André Esteves tivesse seus interesses atendidos em uma emenda a medida provisória, foi uma armação orquestrada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Cunha levou ao vice-presidente documentos em que, segundo o presidente da Câmara, fica provado que ele não favoreceu bancos e disse que tem certeza de que há “dedo do governo” no que chamou de “armação” contra ele. “É uma situação absurda. Ganha-se um contorno na mídia em que uma anotação torna-se documento e a anotação vira o suposto pagamento de propina. Essa situação é absurda. Ela sai do prumo da realidade e nem se coloca como suspeição. A manchete de todos vocês vira manchete como se houve uma denúncia de um documento”, disse o presidente da Câmara em coletiva realizada ontem à tarde.

Ele também criticou a divulgação do documento em uma noite de domingo, o que dificultou sua contestação. “Chega a ser até covarde a colocação de uma situação dessa no domingo de noite, quando não tenho a possibilidade sequer de poder responder”, afirmou.

Temer, por sua vez, preferiu a cautela e, segundo aliados, não alimentou os ataques contra o Planalto. Nesta terça-feira, o Conselho de Ética da Câmara vota pela admissibilidade ou não de um processo de cassação contra Cunha, acusado de lavagem de dinheiro, corrupção e suspeito de esconder contas na Suíça.

O presidente da Casa deu sinais a Temer e a aliados de que vai esperar os votos dos deputados do PT no Conselho. Caso votem contra ele, deve deflagrar o impeachment contra Dilma. Caso contrário, vai segurar a abertura de um processo de impedimento da presidente.

O Palácio do Planalto trabalha desde a semana passada para que os deputados do PT votem a favor de Cunha. Os petistas resistem mas, ontem, começaram a dar sinais de que podem rever a posição. Depois do almoço, ao ser questionado por jornalistas sobre a possível abertura de um processo de impeachment contra Dilma, Temer afirmou que havia falado com Cunha, sem dizer que havia almoçado com ele. (Agência Estado e Folhapress)


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