Por: Aline Moura - Diario de Pernambuco
Publicado em: 30/11/2015 23:45 Atualizado em: 01/12/2015 00:14
Jarbas e Betinho Gomes, da oposição, veem decisão como um retrocesso |
O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Silvio Costa Filho (PSC), considerou “intempestiva” a decisão que pode afetar a escolha de prefeitos e vereadores no próximo ano. Ele enxerga a medida como uma retaliação ao Congresso, pelo fato de senadores e deputados terem aprovado a lei que obriga o TSE a imprimir o voto a partir de 2018 - em urna separada e lacrada para o caso de recontagem. Mas também admite que a iniciativa é uma forma de fazer o governo recuar nos cortes e rediscutir o orçamento. “Isso é uma questão intempestiva. Contigenciamento é dizer: ‘olha, momentaneamente eu não tenho o dinheiro, mas isso não significa que, daqui para julho do próximo ano, não passe o dinheiro”, declarou, dizendo ser um erro mudar um sistema elogiado no mundo inteiro.
Para o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), adversário da gestão petista, a decisão do TSE é o mesmo que dar um passo atrás. “O voto manual é um caminho aberto para a fraude, para a traquinagem, para coisas erradas. Ainda estamos iniciando o debate (sobre o orçamento) para o Tribunal tomar uma medida dessas. Isso me parece um açodamento. Podemos ver isso na LDO e garantir a lisura total e completa da próxima eleição”.
Segundo o deputado Betinho Gomes, integrante do Conselho de Ética da Câmara, a portaria assinada pelos presidentes dos tribunais é “um retrocesso para a política nacional”, mas resulta do desastre econômico e financeiro que o Brasil está vivendo”. Indagado se havia solução para tal crise, ele respondeu: “A saída imaginada é aprovar o orçamento e o governo fazer economia para fazer funcionar o que é essencial. A Justiça, o Legislativo, o Executivo… todos estão passando por necessidade conter gastos. Agora, discutir uma eleição manual é muito grave, dar um passo atrás. Os poderes constituídos precisam sentar à mesa para negociar uma saída”.