Facebook "Chega de ódio", diz João Paulo, superintendente da Sudene Em texto no Facebook, João Paulo lembrou as ofensas que recebeu na última quinta-feira, ao desembarcar no mesmo voo de Jair Bolsonaro

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 09/11/2015 20:56 Atualizado em: 09/11/2015 22:41

Ex-prefeito foi hostilizado ao chegar no mesmo voo que Bolsonaro Foto: Hesiodo Goes/Esp. DP/D.A Pres (Hesiodo Goes/Esp. DP/D.A Pres)
Ex-prefeito foi hostilizado ao chegar no mesmo voo que Bolsonaro Foto: Hesiodo Goes/Esp. DP/D.A Pres

Superintendente da Sudene, o ex-prefeito João Paulo solidarizou-se nesta segunda-feira (09) com o ministro de Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, alvo de xingamentos em um restaurante no último domingo, enquanto almoçava. Num texto com o título “chega de ódio”, publicado no Facebook, João Paulo lembrou as ofensas que recebeu na última quinta-feira (05), ao desembarcar no mesmo voo do deputado federal Jair Bolsonaro (PP), no Aeroporto dos Guararapes. “As pessoas que apoiam Bolsonaro não são simpatizantes às minhas lutas. Quem apoia o pensamento de que armas de fogo deveriam ser vendidas em lojas de departamento, defende a ditadura militar e desrespeita a mulher – só para citar algumas de suas frases na visita ao Recife -, não vota em mim. Meus projetos são outros”, disse.

João Paulo lembra que a agressão verbal ao ministro, enquanto ele estava com a família não é um fato isolado. “O que aconteceu com o ministro, infelizmente, não é um fato isolado. Voltei na quinta-feira passada de Brasília, onde cumpri uma agenda política com o ministro Gialberto Occhi e participei de encontro com os superintendentes da Sudam e Sudeco. Voltei junto com o amigo e deputado federal @Silvio Costa, do PSC de Pernambuco, no mesmo voo comercial que estava o também deputado Jair Bolsonaro, do PP do Rio de Janeiro. Ao desembarcar no Recife, me deparei com grupo de pessoas que estava esperando o parlamentar carioca e fomos – eu e Sílvio – brutalmente hostilizados”, relatou.

João Paulo lembrou ter mais de quarenta anos de militância política. “Os meus quarenta e quatro anos de militância política foram dedicados em favor da vida, especialmente de quem os eleitores de Bolsonaro acham que vale menos. Lutei muito também pela democracia, que me é muito cara. Na época da ditadura militar, iniciava minha militância política. Uma fase difícil, onde o ódio de classe era presente e assustador. Vejo a retomada dessa disputa hoje, só que de uma forma ainda mais acirrada e perigosa. O incômodo com os avanços sociais conquistados nos Governos Lula e Dilma trouxe de volta um ódio incontrolável de quem quer manter as coisas como sempre foram: pobre no lugar de pobre e rico no lugar de rico. É urgente parar!  Pela imprevisibilidade onde esse ódio pode levar”, escreveu.


 

Leia o texto na íntegra:
"CHEGA DE ÓDIO!
Ontem, li o depoimento do companheiro @Patrus Ananias sobre o episódio que viveu em Belo Horizonte. Faço de Patrus, as minhas palavras: Este não vai ser o país do ódio. Basta!

O que aconteceu com o ministro, infelizmente, não é um fato isolado. Voltei na quinta-feira passada de Brasília, onde cumpri uma agenda política com o ministro Gilberto Occhi e participei de encontro com os superintendentes da Sudam e Sudeco. Voltei junto com o amigo e Deputado Federal @Silvio Costa, do PSC de Pernambuco, no mesmo voo comercial que estava o também deputado Jair Bolsonaro, do PP do Rio de Janeiro. Ao desembarcar no Recife, me deparei com grupo de pessoas que estava esperando o parlamentar carioca e fomos – eu e Sílvio - brutalmente hostilizados por elas.

Os motivos são óbvios: as pessoas que apoiam Bolsonaro não são simpatizantes às minhas lutas. Estamos em lados opostos na vida pública. Quem apoia o pensamento de que armas de fogo deveriam ser vendidas em lojas de departamento, defende a ditadura militar e desrespeita a mulher - só para citar algumas de suas frases na visita ao Recife -, não vota em mim. Meus projetos são outros. Os meus quarenta e quatro anos de militância política foram dedicados em favor da vida, especialmente de quem os eleitores de Bolsonaro acham que vale menos.

Lutei muito também pela democracia, que me é muito cara. Na época da ditadura militar, iniciava minha militância politica. Uma fase difícil, onde o ódio de classe era presente e assustador. Vejo a retomada dessa disputa hoje, só que de uma forma ainda mais acirrada e perigosa. O incômodo com os avanços sociais conquistados nos Governos Lula e Dilma trouxe de volta um ódio incontrolável de quem quer manter as coisas como sempre foram: pobre no lugar de pobre e rico no lugar de rico. É urgente parar! Pela imprevisibilidade onde esse ódio pode levar.

A essência da democracia está no respeito ao pensamento diferente do seu. Isso não quer dizer passividade. Opiniões contrárias podem – e devem - ser questionadas, debatidas, virar uma grande discussão política, mas com bom senso da educação, da cordialidade. Defendo o diálogo sempre.

Odiar é fácil, todo mundo é capaz. Xingar e hostilizar também. Debater tem sido para poucos. Ainda mais nesse tempo de ódio, que tem deixado o senso crítico e o respeito de lado. Tudo virou ruim, sem filtro.

Sou petista de coração. Ajudei a fundar o partido, briguei por ele, carrego seus ideais. Defendo cada mudança que O PT trouxe para vida dos brasileiros, especialmente para os que mais precisam. O partido que tem a marca e a ousadia de pensar diferente, inverter o olhar e cuidar das pessoas. Isso não se apaga com ódio, nem grito, nem briga. Não queremos um país só para 30% da população. Repito: este não vai ser o país do ódio. Basta!
"



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