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Economia não é mais imbatível Paulo Câmara reúne secretários para avaliar impacto da crise financeira

Publicado em: 24/08/2015 09:52 Atualizado em: 24/08/2015 11:58

O Leão do Norte está “ferido”. O governador Paulo Câmara (PSB) se reúne, na manhã de hoje, com o secretariado para discutir os impactos da crise econômica no estado. O encontro será no Palácio do Campo das Princesas e deve abordar os impactos do cenário adverso nas contas do estado. Essa é a segunda reunião do governador com sua equipe desde que assumiu o comando do estado em janeiro deste ano.

A coluna Diario Político antecipou, na semana passada, que os próximos 60 dias são os mais difíceis do ano, com menos dinheiro entrando em caixa. A arrecadação despencou e as despesas com pessoal, mesmo sem ter havido reajustes salariais, continuam crescendo. É, portanto, uma conta que não tem como bater. A meta inicial de investimento do governo de Pernambuco para 2015 era de R$ 3 bilhões. Agora, esse número caiu para R$ 1 bilhão.

O governador deve alertar, mais uma vez, sua equipe sobre a gravidade da situação e pedir novo esforço para cortar as despesas de custeio da máquina, tendo como foco, sobretudo, os próximos 60 dias. Outro tema que deve girar nas conversas de Paulo Câmara é a proibição dos estados terem acesso a operações de crédito (empréstimos) com instituições financeiras internacionais. O veto foi do governo federal, que, no momento de ajuste, não aceita ser credor.

Impacto da crise na geração de empregos

Neste final de semana, o Diario divulgou em uma reportagem de Rosa Falcão um estudo do Banco Santander intitulado “O mapa da crise”. O estudo traçou um diagnóstico da situação econômica das 27 unidades da federação frente ao aprofundamento da crise, turbinada pelo desemprego em alta, o consumo em queda e inflação se aproximando de dois dígitos (o IPCA-15 medido pelo IBGE atingiu 9,57%).

Clique aqui e confira o mapa da crise no estado

Os economistas colocam Pernambuco no grupo dos quatro mais atingidos pela crise, ao lado de Amazonas, Rondônia e Amapá. A deterioração do mercado de trabalho é um sinal. Enquanto os estados vizinhos do Ceará e Alagoas apresentam crescimento acima de 1% do emprego formal, aqui a taxa cai a 5%. Um dos responsáveis pelo estudo, o economista Everton Gomes defendeu que a crise bate forte em Pernambuco porque o emprego formal foi puxado pela construção civil, um dos setores mais afetados pela corte de vagas.

Em 2012, 12,5% da população empregada no estado estava nos canteiros de obras, acima da média de 8% do país. A inversão acontece a partir de junho de 2014, quando 45% do total de vagas formais destruídas estão no setor. “A construção viveu um boom com as obras na refinaria e estaleiros. Era um fator que jogava positivo e agora joga contra Pernambuco”, disse.



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