Lava-Jato Mensagens do presidente da Odebrecht citam Francisco Falcão

Publicado em: 28/07/2015 10:14 Atualizado em: 28/07/2015 11:31

Francisco Falcão nega envolvimento com o presidente da construtora. Foto: Inês Campelo/DP/D.A. Press
Francisco Falcão nega envolvimento com o presidente da construtora. Foto: Inês Campelo/DP/D.A. Press

Preso desde o dia 19 de junho pela Operação Lava-Jato, o presidente da Odebrecht, o empresário Marcelo Odebrecht, tinha o objetivo de se aproximar do atual presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Francisco Falcão. Nas suas anotações, o empresário indica em suas mensagens que esperava usar contatos políticos para se livrar da prisão do juiz Sérgio Moro.

De acordo com informações da revista Veja Online, o atual presidente do STJ tem em suas mãos um recurso apresentado pela defesa de Marcelo Odebrecht para interromper seus mais de 35 dias de cadeia. O empresário só deu entrada com o pedido de habeas corpus nos últimos dias. A tentativa era uma estratégia para que o recurso fosse analisado por Francisco Falcão.

 

O presidente do STJ era o responsável pela segunda metade do plantão do tribunal em recesso do judiciário. A tentativa do empresário, no entanto, foi anulada pelo juiz Sérgio Moro, que decretou uma nova prisão preventiva para o presidente da Odebrecht. Nas mensagens de Marcelo Odebrecht aparecem mensagens cifradas em referências ao presidente do STJ como “Falcão” e “Aprox STJ”.

As suspeitas são de que o ministro, citado pelo empreiteiro, trabalhava para indicar apadrinhado, o desembargador Marcelo Navarro Dantas, para a vaga aberta no STJ com a aposentadoria de Ari Pargendler, em troca do habeas corpus. O ministro Francisco Falcão nega qualquer envolvimento com Marcelo. A defesa do presidente da Odebrecht argumentou à Justiça Federal que as “anotações eram pessoas e a si mesmo dirigidas”.

“O peticionário deplora o rematado absurdo de se considerar anotações pessoais a si mesmo dirigidas, meras manifestações unilaterais de seu pensamento, como atos efetivamente executados ou ordens de fato passadas. Ainda que o conteúdo dos registros fosse aquele nascido das criativas mentes policiais, rematado absurdo, nada indica que eles de algum modo tiveram repercussão prática, ou seja, que foram de fato implementados ou determinados a terceiros”, declarou a defesa.

Em Brasília, Francisco Falcão teria como objetivo emplacar o nome do desembargador Marcelo Navarro Dantas para a vaga aberta no STJ com a aposentadoria de Ari Pargendler. Interlocutores dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) argumentaram que um despacho de Falcão favorável à liberdade de Marcelo Odebrecht seria devidamente “recompensado” com a indicação de Navarro Dantas para o tribunal. Isso porque, mesmo na prisão, o presidente da construtora ainda tem uma grande influência na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT).



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