Coluna Diario Político Se depender de Paulo Câmara, fusão do PSB com o PPS só acontece em 2017 Por Marisa Gibson

Publicado em: 28/05/2015 09:36 Atualizado em:

Grupo político do governador Paulo Câmara chegou a ser favorável a fusão com o PPS num primeiro momento. Foto: Roberto Pereira/SEI
Grupo político do governador Paulo Câmara chegou a ser favorável a fusão com o PPS num primeiro momento. Foto: Roberto Pereira/SEI
Massa de manobra

O país está com previsão de crescimento negativo, o governo anuncia um corte de R$ 69,9 bilhões do orçamento em meio à votação de um pacote fiscal para equilibrar as contas públicas, os governadores estão em estado de alerta, e milhares de prefeitos ouvem e gostam de ouvir, em Brasília, as promessas feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), de que todos os itens prioritários da XVIII Marcha em Defesa dos Municípios serão votados. Eternamente de pires nas mãos, prefeitos, em geral, são gestores fáceis de serem manipulados: ora pela pobreza dos municípios que administram, ora pela desinformação e também por achar que discurso é poder. A penúria das prefeituras é fruto da Constituição de 88, que permitiu a União legislar por contribuições, favorecendo a uma concentração do bolo da arrecadação tributária. E ao destacar esse aspecto, Eduardo Cunha – a nova sensação política do Brasil – jogou para a plateia da Marcha dos Municípios: “Agora, em um momento de crise, o governo editou MP 675 que aumentou a Contribuição Social do Lucro Liquido dos Bancos de 15% para 20%. Por que não aumentou o IR ? Para não compartilhar com os estados e municípios”, enfatizando em seguida que a Câmara colocou como prioridade a discussão de um novo Pacto Federativo. “Não vamos botar nada debaixo do tapete. As demandas que vêm da sociedade, de vocês, do ente federado mais importante, terão o direito ao sistema votativo, e cada um vota como quiser”, destacou. Esse discurso foi feito poucas horas depois de Eduardo Cunha ter visto suas propostas sobre sistema eleitoral, com destaque para o distritão, serem  derrotadas no primeiro bloco da votação da reforma política.

Só em 2017

Se depender da disposição do governador Paulo Câmara e da executiva do PSB em Pernambuco, a fusão do partido com o PPS só acontecerá em 2017. A discussão está muito contaminada com as eleições municipais e é melhor adiar essa decisão, argumenta-se. Pois é, em 2017 já se saberá se o grupo do PSB liderado pelo vice-governador de São Paulo, Márcio França, que defende a fusão, estará ou não mais fortalecido com o resultado da eleição para a Prefeitura de São Paulo, cuja candidata pelo PSB deve ser Marta Suplicy.

Sim e não

De início, a cúpula do PSB pernambucano foi favorável à fusão do PSB com o PPS. Acreditava-se que esse seria um caminho para o senador Fernando Bezerra Coelho sair do PSB. Defensor de uma reaproximação com o governo Dilma, Fernando é um potencial candidato ao governo do estado.

Contra o distritão

Disposto a não deixar passar o distritão, defendido pelo presidente da Câmara dos Depuados, Eduardo Cunha, e pelo vice-presidente da República, Michel Temer, ambos do seu próprio partido, o PMDB, o deputado federal Jarbas Vasconcelos garimpou entre as bancadas, no plenário, votos contrários à proposta. Munido de artigos de estudiosos contrários a esse sistema eleitoral, Jarbas distribuiu o material entre os parlamentares e contabilizou ao menos 30 votos contra.

É a solução?

O deputado estadual Aluísio Lessa (PSB) é autor de um projeto curioso, que obriga montadoras e revendedoras de motos a oferecerem curso de formação de condutores para seus clientes. Isso, para diminuir o número de acidentes de moto com vítimas fatais, questão que será debatida hoje na Assembleia.

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