Despedida Políticos, amigos e familiares se despedem de Pedro Eugênio Ex-deputado petista, morto na segunda-feira, foi velado no cemitério Morada da Paz

Publicado em: 22/04/2015 09:44 Atualizado em: 22/04/2015 12:22

Políticos e amigos prestam últimas homenagens ao petista. Foto Julia Schiaffarino /DP/D.A Press
Políticos e amigos prestam últimas homenagens ao petista. Foto Julia Schiaffarino /DP/D.A Press


Depois de ser velado durante toda a manhã na capela central do cemitério Morada da Paz, em Paulista, o corpo do ex-deputado federal Pedro Eugênio (PT) seguiu para o crematório pouco depois das 11h. Durante a manhã, políticos, amigos e a família, que não quis falar com a imprensa, prestaram as últimas homenagens ao petista que morreu, aos 66 anos, depois de complicações decorrentes de uma cirurgia coronariana.

Lideranças estaduais do Partido dos Trabalhadores estiveram no local prestando as últimas homenagens ao ex-deuputado federal.  O senador Humberto Costa não compareceu e, segundo a assessoria de imprensa, ele estava viajando e não conseguiu mudar a passagem a tempo do velório.

Teresa Leitão, deputada estadual e presidente do PT em Pernambuco, lamentou a morte de Pedro Eugênio, que classificou como uma liderança ativa no partido, mesmo sem mandato. Ela também lembrou do deputado estadual Manoel Santos, que morreu no último domingo. "Foi um baque. Não se perdeu só uma vaga, se perdeu um mandato voinculado a força do PT que são os trabalhadores rurais", falou, se referindo a Santos. "Agora perdemos Pedro. Ambos eram políticos de vida ativa no partido. Além de presidente, Pedro era do diretório nacional e nós perdemos apoios em um momento que se estava engatinhando a reconstrução do partido no estado."

O ex-prefeito do Recife, João Paulo, falou que tanto Pedro quanto Manoel, deixaram um legado ao partido. " Pedro era um quadro político de peso, ele incorporou conceitos da esquerda quando foi para o partido, se entrosou com o projeto socilaista e fez um grande trabalho, seja nos mandatos eletivos, seja na presidência. Ele assumiu a presidência em um momento difícil, no qual o partido estava esfacelado. Tinha uma grande capacidade de diálogo. O último momento em que estive com ele foi no plenário da câmara, quando me confidenciou que faria uma cirurgia delicada, mas estava esperançoso. A gente teve agora duas perdas significativas, em um momento de crise do partido, mas acho que o mais importante é saber se levantar e temos base política para isso."

O prefeito Geraldo Júlio afirmou que Pedro Eugênio era uma pessoa conciliadora, que sabia lidar com todos dentro do cenário político. "Todas as pessoas que participam da vida política de Pernambuco têm admiração por Pedro Eugênio, é uma perda muito grande para nosso estado e para o Brasil também. Tinha amizade pessoal com Pedro. Tive a oportunidade de conviver com ele dentro do partido, depois em partidos diferentes, mas Pedro sempre foi uma pessoa admirável. Sempre tratava as questões de Pernambuco com a maior atenção possível", lembrou.

O Governador Paulo Câmara disse que Pedro Eugênio era uma pessoa que buscava dentro do diálogo e da transparência, as alternativas necessárias. "Pedro Eugênio foi um homem público que atual em muitas frentes, foi secretário de estado, deputado estadual, federal, sempre esteve trabalhando antenado com os anseios de Pernambuco, da sua gente. Deu uma grande contribuição todos os seus anos como agente político e público e formou uma gerão como professor. Sem dúvida nenhuma é uma perda muito grande, de uma pessoa que queria o bem e o desenvolvimento de nosso estado. Uma pessoa diferenciada em relação tanto aos aspectos econômicos, quanto nos aspectos políticos."

O vereador petista Jurandir Liberal também lamentou a perda. "Além de companheiro do PT era um amigo muito equilibrado e sempre ajudou, sempre procurava o consenso, é um quadro que não se produz em menos de 30 ou 40 anos, então é uma perda muito grande para o partido. Tem quadros que a gente só consegue fazer de anos em anos. Não se faz um Lula de uma hora para outra. Não se faz um político como Pedro também, porque é preciso referências"

Pedro Eugênio deixa a mulher, Carminha, e as filhas Marina e Renata. Começou suas atividades políticas na década de 1970, quando, simpatizante dos integrantes do PMDB histórico, combateu o regime militar. Foi preso e torturado. Depois da Anistia, em 1979, incorporou-se à equipe do ex-governador Miguel Arraes, de quem, oito anos depois, foi secretário de Agricultura. À frente da pasta, coordenou todos os programas sociais de Arraes, como o Chapéu de Palha, o Vaca na Corda e o Promata. Pedro Eugênio ainda ocupou a Secretaria de Planejamento no segundo governo Arraes (1987-1990). Na terceira gestão do ex-governador foi secretário da Fazenda.

Seguindo os passos do líder socialista, deixou o PMDB nos anos 1990 e se filiou ao PSB, onde militou durante grande parte da sua vida pública. Depois de ser isolado pelos neo-socialistas, filiou-se ao PT. Pedro exerceu um mandato de deputado estadual e três como federal. Em 2012, concorreu à Prefeitura de Ipojuca, mas terminou em quarto lugar, com 2.981 votos. No ano passado, disputou o quarto mandato na Câmara, mas não conseguiu se reeleger.

Entre os papéis de destaque exercidos no Congresso Nacional, estão as presidências da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa (2012) e da Comissão Especial da PEC do Orçamento Impositivo (2013), a relatoria do Procultura, além da segunda vice-presidência da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados (2014).
 

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