Assembleia Legislativa Pernambuco teve mais de mil homicídios no primeiro trimestre, aponta oposição Levantamento foi apresentado pelo líder da bancada, deputado Sílvio Costa Filho (PTB), que cobrou a realização de audiência pública para debater Pacto pela Vida

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 01/04/2015 17:59 Atualizado em: 01/04/2015 18:06

Petebista afirma que há necessidade de o governo rever o programa (Foto:João Bita/Alepe) (João Bita/Alepe)
Petebista afirma que há necessidade de o governo rever o programa (Foto:João Bita/Alepe)
A bancada de oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco voltou a cobrar providências para que o governo reveja as diretrizes do Pacto pela Vida. Na manhã de ontem, o líder do grupo, deputado Sílvio Costa Filho (PTB), apresentou um levantamento feito junto à Secretaria de Defesa Social (SDS), mostrando que o estado já ultrapassou a marca de mil homicídios nos primeiros três meses deste ano.

Segundo o parlamentar, Pernambuco registrou 323 assassinatos em janeiro e outros 324 em fevereiro. Em março, de acordo com as informações obtidas pela bancada de oposição, este número já chega a mais de 350 assassinatos. Uma média de mais de 10 pessoas mortas por dia. Silvio Costa Filho (PTB) observa que, em comparação com os três primeiros meses de 2014, o índice de criminalidade subiu mais de 25%. "Ano passado, neste mesmo período, a SDS registrava 803 pessoas assassinadas. Em 2015 chegamos às mil pessoas, mais 200 pessoas mortas em relação a 2014. Este é um dado alarmante", afirma.

A bancada solicitou a realização de uma audiência pública para o próximo dia 16, para ouvir o secretário de Defesa Social Alessandro Carvalho. Até o momento, no entanto, o evento não foi confirmado. O parlamentar lembrou que logo nos primeiros dias de sua gestão, o governador Paulo Câmara (PSB) reuniu todo o secretariado estadual para discutir o Pacto pela Vida. “Naquela ocasião, ele afirmou que cuidaria pessoalmente do programa e que o comando da segurança pública seria dele. Também disse que queria resultados imediatos. Estes resultados não chegaram e a situação só piora”, acrescentou.

O vice-líder do governo na Casa de Joaquim Nabuco, deputado Lucas Ramos (PSB), argumentou que é favorável à realização da audiência pública e que o governo tem trabalhado para ajustar eventuais falhas no programa. "O Pacto é uma política pública que deu certo e que reduziu consideravelmente o número de homicídios no estado ao longo dos últimos oito anos. Neste momento, em que vivemos uma situação de aumento dos índices, é ótimo que tenhamos essa audiência para identificarmos ações que precisam ser realizadas. Uma das vantagens do Pacto é o monitoramento constante e a correção dos rumos", explicou.

Lucas acrescentou que o governo Paulo Câmara está atento à questão da segurança pública. "Investimentos já estão sendo feitos, como a contratação de 1099 policiais militares, a modernização dos equipamentos e a promoção de mais de 5 mil oficiais. Temos certeza que o Pacto continuará sendo um programa de referência mundial no âmbito da segurança pública", encerrou o socialista.

OPERAÇÃO PADRÃO
Na próxima segunda-feira, policiais civis do estado irão realizar uma operação-padrão para protestar contra as precárias condições de trabalho dos policiais. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, os agentes cumprirão rigorosamente as atividades funcionais determinadas por lei, deixando de realizar trabalhos extras para compensar a falta de efetivo. “Queremos que o Estado nos dê as mínimas condições de trabalho. Hoje, por exemplo, vários agentes saem com coletes vencidos para a rua. Com a operação-padrão, só sairá quem tiver com o colete no prazo de validade”, diz o presidente do Sinpol.

Áureo lembra que Pernambuco tem hoje 4.900 policiais, quando o número previsto para 2015, de acordo com decreto assinado pelo ex-governador Eduardo Campos, seria de 10.500 policiais civis. O representante do Sinpol alerta que a falta de pessoal e de infraestrutura tem provocado o fechamento de várias delegacias, a exemplo do que vem ocorrendo no município de Carpina, na Mata Norte. “Nossos policiais estão saindo de uma jornada e entrando direto em outra para cobrir a falta de pessoal”, argumentou.

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