José Chaves Infiéis do PTB de Pernambuco serão expulsos até fevereiro Em contrapartida, legenda não fechará questão sobre a presidência da Assembleia

Por: Aline Moura - Diario de Pernambuco

Publicado em: 22/01/2015 09:39 Atualizado em: 22/01/2015 11:16

Chaves acredita que as reformas política e tributária serão feitas. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A. Press
Chaves acredita que as reformas política e tributária serão feitas. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A. Press

Os prefeitos do PTB que apoiaram a candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo do estado no ano passado serão convidados a sair da legenda até o final de fevereiro. A decisão foi anunciada, ontem, pelo presidente do partido, José Chaves, em visita ao Diario de Pernambuco. Segundo José Chaves, não há justificativa para que os correligionários tenham rompido o compromisso partidário, deixando de dar suporte ao palanque do senador Armando Monteiro Neto. Ao ser indagado se as expulsões no PTB aconteceriam antes das expulsões do PT, que são anunciadas e postergadas ao mesmo tempo, José Chaves sorriu, mas sem deixar de citar a sigla petista como aliada. Veja entrevista.

Qual a expectativa para o PTB este ano?

Nós tivemos duas reuniões com a executiva do PTB e a expectativa é de um ano difícil para a política, porque será um ano de ajustes, de crise interna. Por isso, queremos reestruturar o PTB. Fomos convocados pela população para ser o polo da oposição e não temos o que escolher. Vamos nos fortalecer no interior e estamos criando critérios internos para novas filiações. Não vamos buscar a solução eleitoral, mas a solução política, que tenha identidade com o partido e com as nossas ideias. Vamos continuar o trabalho de Armando (Monteiro Neto), que construiu esse novo PTB.

Não é difícil para um prefeito fazer oposição?

Nós entendemos que os prefeitos têm suas necessidades. Mas é preciso ter coerência. O ministro Armando Monteiro é, sobretudo, uma liderança política e, em nenhum momento, ele deixa de ser um polo de referência, porque ele está liderando a oposição e estamos muito animados.

Como ficam os prefeitos que apoiaram Paulo Câmara no ano passado?

Vamos acelerar o processo de julgamento daqueles que foram infiéis (à candidatura de Armando Monteiro) em 2014. Todo o processo legal será concluído até fevereiro. Não há clima de convivência no partido e não há justificativa para o ato (de infidelidade partidária) deles. Fizemos uma análise detalhada de onde perdemos a polarização e vimos os dois grupos com Paulo Câmara. Alguns prefeitos serão convidados a sair do partido, como Maria Sebastiana (João Alfredo), Bruno Martiniano (Gravatá), Madalena Brito (Arcoverde), Gerson Henrique (Jucati), Léo Saraiva (Exu).

O PTB vai seguir a decisão dos deputados estaduais de apoiar Guilherme Uchoa para mais um mandato a presidente da Assembleia?
Esse processo de reeleição indefinível não é uma boa alternativa, mas cabe aos deputados decidirem isso. Não vamos fechar questão. O processo não é revolucionário, é de evolução. Não é de ruptura. Nós precisamos evoluir para não termos essa reeleição indefinida.

Como o senhor avalia o governo Paulo Câmara e o governo Dilma?

Paulo Câmara é um governo de continuísmo, mas é muito cedo para avaliar. Nós estamos preocupados com esse desarranjo na área de segurança, mas isso é fruto de um cansaço, de um esgotamento de um modelo no país inteiro. Quanto a Dilma, há consciência de que precisamos tomar medidas amargas, mas essas medidas são para estancar a inflação, que é muito injusta com o trabalhador. Eu acredito no segundo mandato de Dilma e numa recuperação antes do tempo. Acredito que vamos fazer as reformas política e tributária e acabar alguns impostos, como o imposto sobre o Terreno de Marinha. Os deputados tomaram consciência de que isso não pode continuar.



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