Assembleia Diogo Moraes começa o dia intensificando articulações para Mesa

Por: Júlia Schiaffarino

Publicado em: 30/01/2015 10:36 Atualizado em: 30/01/2015 12:42

Poucas vezes em um dia de sexta-feira a Assembleia Legislativa de Pernambuco esteve tão movimentada. Pelos corredores, deputados e assessores transitam em ritmo de uma pré-eleição disputada como não era vista há muito tempo na Casa. Os telefones também não pararam de tocar. Um dia após divulgar nota na qual reafirma sua candidatura à primeira-secretaria, o deputado Diogo Moraes (PSB), foi um dos primeiros a chegar no Legislativo. Revisita apoios e intensifica o ritmo de articulação que tem tido desde o final do ano passado quando decidiu pela candidatura.

“Eu tenho marioria tanto no PSB quanto entre os 49 deputados da Casa. Sempre fui do partido, tenho história política e legitimidade para apresentar meu nome”, declarou em comparação à tragetória política de Lula Cabral (PSB), que nos últimos quatro anos mudou de partido duas vezes. No início do dia ele disse ter recebido três ligações da Executiva do partido, todas de “encorajamento”.

A intervenção do PSB para indicar Cabral ao cargo de primeiro-secretário a menos de uma semana do pleito e sem articulação prévia com a Casa, teria aberto ainda mais um fissura entre os deputados socialistas. As insatisfações têm sido sentidas desde o início do processo quando o PSB primeiramente afirmou que teria candidato à presidência com base do princípio de proporcionalidade - é a maior bancada da Casa - e, posteriormente, retrocedeu.

 

A indicação de Lula Cabral é resultado da força que o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira junto ao governador Paulo Câmara e ao presidente do PSB, Sileno Guedes. Cabral é tido como uma indicação dele que, em alguns momentos, teria tomado a dianteira nas conversas junto a alguns deputados.

Paralelamente a Moraes, o deputado Rodrigo Novaes (PSD), que integra a base aliada, colocou o nome da disputa para o cargo de presidente. Ele afirma contar com o apoio de um grupo, mas o nome dele tem menos força comparado ao de Guilherme Uchoa (PDT), atual presidente, visto pela maioria da Casa como o candidato ideal por ser uma espécie de escudo à queixas como as feitas frequentemente pela Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco a benefícios financeiros concedidos aos parlamentares. A razão reside no alto corporativismo que se instalou no legislativo pernambucano ao longo dos últimos quatro anos.

No primeiro mandado como deputado estadual, Edilson Silva (PSOL) também colocou-se na disputa pela presidência da Assembleia, porém, sem classificar como “maioria” ou “minoria”, refere-se aos apoios como sendo políticos dispostos a defender a “independência” e “transparência” da Casa. A votação para a Mesa Diretora da Assembleia ocorre no próximo domingo (1) às 15h. Os votos são secretos e a escolha é por nomes, ao invés de chapas. O mandato da Mesa tem duração de dois anos.



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL