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AFEGANISTÃO

Talibã baixa novas normas que reduzem ainda mais os direitos das mulheres

As novas regras foram ratificadas pelo líder supremo do país, Haibatullah Akhundzada. As normas atingem a população de pouco mais de 41 milhões, mas sobretudo as, 22 milhões de mulheres

Publicado em: 02/09/2024 08:02

Elas estão vetadas a falar em público inclusive em recitais 
 (Crédito: Atif Aryan/AFP)
Elas estão vetadas a falar em público inclusive em recitais (Crédito: Atif Aryan/AFP)

O governo Talibã, no Afeganistão, baixou 35 novas normas que reduzem ainda mais os direitos das mulheres. A partir de agora, elas não podem falar em público, suas vozes estão vetadas fora de casa, proibindo que participem de recitais e apresentações, e as escolas não receberão meninas acima dos 12 anos. As ordens partiram do Ministério da Moralidade cujo nome oficial é Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício.

 

As novas regras foram ratificadas pelo líder supremo do país, Haibatullah Akhundzada. As normas atingem a população de pouco mais de 41 milhões, mas sobretudo as, 22 milhões de mulheres. As medidas ocorrem no momento em que o Talibã comemora o terceiro aniversário de retorno ao poder. Desde então, aplicou a lei islâmica de forma ultrarrigorosa e restringiu severamente a liberdade das mulheres.

 

Diante das medidas, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, lamentou a decisão e viu com "preocupação" a adoção das novas normas. Mas garantiu que a ONU seguirá colaborando com o Afeganistão. "(A ONU) continuará cooperando com todas as partes interessadas no Afeganistão, incluindo (o governo Talibã)", disse ele, que apelou ao governo "para abrir mais caminhos para a cooperação diplomática".

 

O governo Talibã, por sua vez, reagiu, informando que seguirá em interação com a ONU. "Acreditamos na importância e eficácia das interações (...), a única forma (...) de encontrar soluções para os problemas", disse, no sábado, o vice-porta-voz do governo, Hamdullah Fitrat. "O Emirado Islâmico é a favor de interações positivas com países e organizações internacionais, de acordo com a sharia (lei) islâmica", acrescentou.

 

Nos dias que antecederam o anúncio das novas regras, dezenas de mulheres afegãs participaram de um movimento de protestos na internet com vídeos nos quais aparecem cantando e mostram apenas parte do rosto", disse uma das ativistas. Os argumentos do Talibã são que as medidas adotadas pretendem "promover a virtude e prevenir o vício", afirmando que está alinhada à sharia, a lei islâmica.

 

No Afeganistão, mulheres e homens não podem olhar para pessoas do sexo oposto que não sejam familiares próximos. Motoristas de táxi não podem transportar mulheres que viajam sem um "mahram", um acompanhante que deve ser um parente do sexo masculino.

 

As informações são do Correio Braziliense. 

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