GUERRA
Ultimato dos mediadores faz acordo de cessar-fogo em Gaza ser retomado
Líderes dos países reiteraram que devem ser finalizadas as conversações urgentes para que seja possível fechar todas as lacunas ainda existentes na proposta
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 09/08/2024 11:38
Ondas de fumaça após um ataque israelense em al-Zawayda, no centro da Faixa de Gaza, em 8 de agosto de 2024 (Foto: EYAD BABA / AFP ) |
Os Estados Unidos, o Catar e o Egito pressionaram Israel e o Hamas para que retomem e concluam as negociações sobre o acordo de cessar fogo na Faixa de Gaza. “É tempo de proporcionar alívio imediato tanto ao povo sofredor de Gaza como aos reféns sofredores e às suas famílias. É hora de concluir um acordo de cessar-fogo e libertar reféns e prisioneiros. Já não há tempo a perder, nem desculpas por parte de qualquer das partes para continuar a atrasar o processo", destaca o comunicado em conjunto dos três países.
Os três países mediadores lançaram este ultimato num momento em que as negociações estão paralisadas e escalou a tensão no Oriente Médio, em suspense sobre um ataque do Irã contra Israel, ao qual atribui a morte do chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã.
Os líderes dos países reiteraram que devem ser finalizadas as conversações urgentes, em Doha ou no Cairo, para que seja possível fechar todas as lacunas ainda existentes na proposta e, assim sem demora implementar o acordo. "Falta apenas concluir os detalhes da sua implementação. Este acordo se baseia nos princípios delineados pelo presidente, Joe Biden, em maio, e é apoiado pela Resolução 2735 do Conselho de Segurança da ONU", indica o comunicado.
A proposta apresentada define uma primeira fase que consistem em seis semanas de cessar-fogo completo, as tropas israelenses seriam retiradas de todas as áreas povoadas da Faixa de Gaza além da libertação de vários reféns, incluindo mulheres, idosos e feridos, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos. Durante estas seis semanas, Israel e o Hamas deveriam negociar os detalhes da segunda fase, que envolveria o fim permanente das hostilidades, a libertação do resto dos reféns, incluindo soldados, e a retirada do exército israelense do enclave. A terceira e última fase incluiria um grande plano de reconstrução para o enclave e a devolução dos corpos dos reféns assassinados.
Por sua vez, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já respondeu que enviará para as tratativas um negociador para a reunião, que foi agendada no dia 15 de agosto. “Na sequência da proposta dos Estados Unidos e dos mediadores, Israel enviará no dia 15 de agosto uma delegação de negociadores ao local acordado para concluir os detalhes da implementação de um acordo”, afirmou em nota o gabinete.
Os familiares dos reféns israelenses também reafirmaram que é hora de Netanyahu aceitar o acordo de cessar-fogo em Gaza.
Entretanto, segundo a TV Aljazeera, muitas autoridades %u200B%u200Bisraelenses revelaram anonimamente a mídia israelense e norte-americana que Tel Aviv não irá fazer nada para conseguir um acordo para trazer de volta os restantes reféns ainda detidos em Gaza.
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