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ONU condena violência aos trabalhadores no Dia Mundial da Ajuda Humanitária

De acordo com a organização, 280 trabalhadores foram mortos em todo o mundo em 2023

Publicado em: 19/08/2024 15:54

Trabalhador humanitário  (foto: AFP via Getty Images)
Trabalhador humanitário (foto: AFP via Getty Images)

No dia em que assinala a celebração do Dia Mundial da Ajuda Humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), a entidade condenou à violência sem precedentes contra os trabalhadores humanitários. De acordo com a ONU, 280 trabalhadores foram mortos em todo o mundo em 2023, um recorde influenciado pela guerra na Faixa de Gaza, que pode ser ultrapassada ainda este ano.

 

"A normalização da violência contra os trabalhadores humanitários e o fato de ninguém ser responsabilizado é inaceitável, inadmissível e extremamente perigoso para as operações humanitárias em todo o mundo. Se as 280 mortes registradas em 2023 já representam um número escandaloso, 2024 pode muito bem estar a caminho de um resultado ainda mais mortífero", denunciou Joyce Msuya, chefe interina do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

 

"Com 280 trabalhadores humanitários mortos em 33 países no ano passado, 2023 foi o ano mais mortífero de que se tem registro para a comunidade humanitária internacional, com um aumento de 137% em relação a 2022 (118 mortos)”, diz o comunicado do OCHA, embasado nos números da Aid Worker Security Database (banco de dados de segurança do trabalhador humanitário).

Segundo estes dados, em 2023 mais de metade (163) das mortes de trabalhadores humanitários ocorreram em Gaza, somente durante os primeiros três meses da guerra entre Israel e o Hamas, principalmente em ataques aéreos.

 

O Sudão do Sul, atingido pela violência civil e o país vizinho Sudão, onde uma guerra entre dois generais rivais acontece desde abril de 2023, foram os dois outros conflitos mais mortais para os funcionários humanitários, com 34 e 25 mortes, respectivamente. Já Israel e a Síria (com sete mortes cada) a Etiópia e a Ucrânia (seis cada), a Somália (cinco) e o Congo e Myanmar (quatro cada), completam os dez primeiros lugares.

 

A Aid Worker Security Database informou que 176 trabalhadores humanitários foram mortos apenas entre 1 de janeiro e 9 de agosto de 2024, sendo 121 dos quais nos territórios palestinos, um número que já é superior à maioria dos anos anteriores. O recorde anterior foi em 2013, com 159 mortes.

 

“Os representantes de diversas organizações humanitárias irão enviar hoje uma carta aos Estados membros da ONU, pedindo pelo fim dos ataques contra civis, a proteção de todos os trabalhadores humanitários e a responsabilização dos culpados", acrescenta o OCHA, que insta a população mundial a se juntar-se a esta campanha nas redes sociais com o 'hashtag' #ActforHumanity.

 

Mas, apesar do número de trabalhadores humanitários mortos ser o mais elevado já registrado, a base de dados sobre a segurança dos trabalhadores humanitários revela uma redução do número de trabalhadores raptados em 2023, com 91 casos. Este é o indice mais baixo dos últimos cinco anos, após o recorde em 2022, com 185 reportados.


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