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GUERRA

Moscou acusa OTAN e Ocidente de ajudarem Ucrânia na incursão em solo russo

De acordo com o comando militar ucraniano, suas forças já controlam mais de 1.100 quilômetros quadrados do terreno russo

Publicado em: 16/08/2024 14:23

 (Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP
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Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP
A Rússia acusou o Ocidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de colaborar com a Ucrânia na preparação da incursão em Kursk. 
 
Nesta sexta-feira, o conselheiro da presidência russa e ex-secretário do Conselho de Segurança russa, Nikolai Patrushev, afirmou que os países ocidentais cooperaram com Kiev nos planos da incursão em território russo e que a operação na região de Kursk foi planejada com a participação da OTAN e dos serviços de informação ocidentais.
 
“Os países da Aliança Atlântica ajudaram Kiev com armas, instrutores militares e fornecem constantemente informações. E os EUA dizem sempre uma coisa e fazem outra. Sem a sua participação e sem o seu apoio direto, Kiev não arriscaria a entrar em solo russo”, disse Patrushev.
 
A incursão na região fronteiriça russa começou no dia 6 de agosto e, de acordo com o comando militar ucraniano, suas forças já controlam mais de 1.100 quilômetros quadrados do terreno. Este é o maior ataque de um exército estrangeiro em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial. “Assumimos o controle de 1150 quilômetros quadrados de território e 82 localidades. As tropas avançam entre um a três quilômetros por dia em território russo”, afirmou o comandante militar Oleksandr Syrsky.
 
Syrsky acrescentou que já explicou ao presidente Volodymyr Zelensky que o exército criou um gabinete administrativo para manter a lei e a ordem e satisfazer as necessidades prioritárias da população nos territórios controlados.
 
Além disso, Mykhailo Podolyak, assessor e conselheiro presidencial de Zelensky, reiterou hoje que a Ucrânia não tem interesse em ocupar territórios russos e que o objetivo do ataque à região russa de Kursk é fazer com que Moscou seja forçada a negociar a paz, de forma justa, e colocar um ponto final à guerra.
 
“Pretendemos não só mostrar que somos capazes de ultrapassar a fronteira e ocupar áreas do lado inimigo, como garantir um meio comprovado e eficaz de coerção para forçar a Rússia a se sentar e negociar. Desta forma, Kiev quer usar os territórios russos conquistados como moeda de troca durante potenciais negociações com o Kremlin”, argumentou Podolyak.

Enquanto isso, os Estados Unidos revelaram que em breve enviarão mais ajuda para a segurança da Ucrânia.
 
Mas, apesar de a Ucrânia reivindicar novos avanços em sua ofensiva na região, Moscou assegura ter recapturado uma primeira aldeia na província de Kursk e anunciou ainda que enviará tropas adicionais para a região vizinha de Belgorod, que também sofre ataques ucranianos.
 
A incursão transfronteiriça das forças da Ucrânia pegou Moscou de surpresa e obrigou à retirada de milhares de civis da região, tendo os combates, de acordo com os últimos dados informados pela Rússia, causado 12 mortos e 121 feridos. 
 
Ofensivas na Crimeia

O exército ucraniano comunicou que atacou na madrugada desta sexta-feira um 'ferry' no porto de Kerch, na Crimeia, que causou danos e um incêndio no cais do porto, e um navio perto da cidade de Chornomorske, na parte ocidental da península anexada pelas autoridades russas.
 
Já o Ministério da Defesa russo afirmou que cinco drones aéreos ucranianos e dois drones marítimos foram destruídos durante a madrugada no Mar Negro, além de 12 mísseis na península.
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