GUERRA
Pela primeira vez, Zelensky diz que Rússia deve participar da próxima cúpula de paz
Na cúpula que aconteceu em junho, cerca de cem países estiveram representados, mas a Rússia não foi convidada
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 15/07/2024 13:06
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Foto: Sergei SUPINSKY / AFP ) |
Nesta segunda-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou pela primeira vez ser favorável a participação da Rússia numa próxima conferência de paz organizada por Kiev, após a ausência de autoridades russas na cúpula que aconteceu em junho, na Suíça. Cerca de cem países estiveram representados, mas a Rússia não foi convidada e a China, aliada diplomática e econômica de Moscou, decidiu também não participar.
"Penso que os representantes russos devem participar nesta segunda cúpula", afirmou Zelensky, acrescentando que espera que um plano para a segunda reunião já possa estar pronto em novembro.
Esta é a primeira iniciativa, na qual Zelensky fala em conversações com Moscou sem que as tropas russas se retirem do território ucraniano, como exigia anteriormente. Antes se recusou a conversar com o governo russo enquanto Vladimir Putin estivesse no poder e chegou mesmo a assinar um decreto que tornava ilegais quaisquer negociações com o Kremlin.
No entanto, o líder ucraniano agora não manifestou cessar as hostilidades e, sim estabelecer um planejamento sobre segurança energética para a Ucrânia, que teve suas infraestruturas danificadas pelos ataques russos, além da livre navegação no Mar Negro e a troca de prisioneiros.
Até o momento, a Rússia ocupa quase 20% do território ucraniano e as perspectivas de um cessar-fogo ou de uma paz duradoura entre Kiev e Moscou ainda continuam muito difíceis, depois de quase dois anos e meio de ofensivas russas em grande escala. E a Ucrânia também diz que quer recuperar todos os territórios ocupados, inclusive a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Mas, para negociar concretamente um acordo de paz, Kiev insiste ainda na retirada das forças russas do país e, por sua vez Putin exige as quatro regiões que Moscou diz ter anexado em setembro de 2023, além da Crimeia, e a garantia de que a Ucrânia não vai aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte, (OTAN).Estas reivindicações são refutadas por Kiev e pelos seus aliados ocidentais.
Além disso, segundo uma sondagem divulgada hoje em Kiev, 44% dos ucranianos são a favor de negociações sobre o fim da guerra com a Rússia, 35% são contra e 21% não têm uma opinião clara. Em uma sondagem similar publicada em maio do ano passado apontou que apenas 23% dos ucranianos eram a favor da abertura de negociações com a Rússia.
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