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Em plena crise de sua candidatura, Biden enfrenta um tenso Dia da Independência dos EUA

Após fraco desempenho no debate com Trump, o presidente democrata enfrenta crescentes apelos para a retirada da sua candidatura
Por: AFP

Publicado em: 04/07/2024 22:52

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden  (foto: Mandel NGAN / AFP)
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto: Mandel NGAN / AFP)

O presidente Joe Biden segue nesta quinta-feira (04), Dia da Independência dos Estados Unidos, multiplicando suas intervenções para tentar abafar a polêmica desencadeada há uma semana por seu desempenho desastroso em um debate contra Donald Trump.

 

"Eu fui mal em um debate", admitiu novamente em entrevista a uma estação de rádio local da Pensilvânia transmitida na manhã desta quinta. No entanto, "90 minutos no palco não apagam o que fiz durante três anos e meio", disse.

 

O presidente democrata, de 81 anos, enfrenta crescentes apelos para retirar sua candidatura nas eleições presidenciais de novembro, nas quais busca um segundo mandato, devido a sérias preocupações sobre sua saúde.

 

"Não vou a lugar nenhum", respondeu Biden a um comentário de um de seus apoiadores, durante uma comemoração na Casa Branca.

 

Para o Dia da Independência, festividade celebrada nesta quinta pelas famílias americanas em todo o país, o presidente participou à tarde de um churrasco com soldados em Washington, acompanhado pela primeira-dama Jill Biden.

 

O sacrifício dos militares "nos lembra que a democracia nunca está garantida e que cada geração deve lutar para mantê-la", publicou ele nesta manhã na rede social X. Biden frequentemente acusa seu oponente republicano, Donald Trump, de ser uma ameaça para a democracia.

 

Os menores gestos, assim como o tom do democrata octogenário, serão examinados de perto quando ele falar à noite, antes de assistir aos tradicionais fogos de artifício acompanhado por Kamala Harris, que continua a apoiá-lo inabalavelmente em público.

 

 

 

"Cometi um erro"

 

No Dia da Independência americana surgiu uma nova e potencialmente comprometedora informação: segundo o New York Times, Biden disse aos governadores democratas que precisa dormir mais e que pretende limitar seus comícios públicos depois das 20h00.

 

A revelação foi feita em uma reunião emergencial com Biden na Casa Branca, afirmou o Times, e poderia alimentar ainda mais os rumores dentro do partido sobre a busca por um candidato para substituir o presidente nas eleições de novembro.

 

Biden encontra-se mais pressionado que nunca para provar sua capacidade de liderança. Contudo, a Casa Branca rejeitou categoricamente na quarta-feira a possibilidade de Biden desistir da disputa presidencial.

 

O presidente "absolutamente não cogita" jogar a toalha, afirmou sua porta-voz, Karine Jean-Pierre.

 

"Cometi um erro", reiterou o presidente durante uma entrevista à uma rádio local em Wisconsin gravada na quarta-feira. Mas "vamos ganhar estas eleições", prometeu.

 

Na quarta-feira, o presidente se reuniu com líderes democratas no Congresso e recebeu os governadores de seu partido, que lhe deram seu respaldo.

 

"Foi uma boa conversa com o presidente e a vice-presidente [Kamala Harris] porque foi honesta", disse o governador de Maryland, Wes Moore. "Dissemos que vamos apoiá-lo".

 

 

Pesquisas alarmantes

 

Na sexta-feira, Biden terá que seguir tentando tranquilizar o público quando participar de um comício de campanha em Madison, no estado decisivo de Wisconsin, e depois durante uma entrevista à rede ABC, que promete ser crucial.

 

Também está prevista uma coletiva de imprensa na próxima semana.

 

Seu objetivo nessas intervenções é demonstrar sua capacidade de se expressar sem teleprompter e dissipar as dúvidas surgidas nos últimos dias sobre sua capacidade de liderar o país por mais quatro anos.

 

Dois parlamentares democratas pediram abertamente esta semana que se encontre um candidato mais forte do que Biden para as eleições presidenciais.

 

Grandes jornais, incluindo o editorial do New York Times, também pediram que o presidente desista de tentar a reeleição.

 

Duas pesquisas divulgadas na quarta-feira destacaram o crescimento das intenções de voto a favor de Trump. O bilionário republicano tem se mantido relativamente discreto nos últimos dias, permitindo que a crise se agrave sem intervir diretamente.

 

Isso não impediu que sua equipe de campanha aproveitasse a oportunidade: "Joe Biden é fraco, falhou, é desonesto e indigno de ocupar a Casa Branca", apontou em um comunicado divulgado na quarta-feira.

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