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Ataques israelenses causam pelo menos 20 mortos no sul de Gaza

Entre os mortos dos ataques aéreos estão três crianças

Publicado em: 03/06/2024 16:58

Outros dois outros palestinos foram mortos em consequência de um bombardeio contra uma casa (foto: Bashar TALEB / AFP)
Outros dois outros palestinos foram mortos em consequência de um bombardeio contra uma casa (foto: Bashar TALEB / AFP)

A região de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, foi novamente alvo de ataques aéreos israelenses durante a última madrugada, que resultaram em mais de duas dezenas de mortos. Pelo menos 20 pessoas, incluindo três crianças, foram mortas e outras ficaram feridas, na zona de Rumaydah, a leste da cidade.

 

Também dois outros palestinos foram mortos em consequência de um bombardeio contra uma casa na mesma zona, segundo a agência de noticias Wafa, que revelou ainda uma incursão militar perto de um hospital na mesma zona. As forças israelenses avançaram em direção às cidades de Abasan al-Jadidah e az-Zanna, a leste de Khan Younis e centenas de cidadãos tiveram que ser deslocados de novo devido aos ataques.

 

Na noite de domingo o hospital europeu de Gaza confirmou que três pessoas ficaram feridas num outro ataque num bairro no norte de Rafah e há relatos de diversas vítimas após uma ofensiva de Israel a uma zona residencial no oeste da cidade. Estas mortes foram confirmadas poucas horas apos dez civis terem sido mortos num outro ataque aéreo israelita contra duas casas situadas nos campos de refugiados de Bureij e Nuseirat, no centro de Gaza.

 

Nesta segunda-feira, o exército israelita confirmou a morte de mais quatro reféns do Hamas em Gaza. De acordo com o jornal Times of Israel, as Forças de Defesa de Israel (IDF) acreditam que os quatro homens, entre eles, Chaim Peri, de 79 anos , Amiram Cooper, de 84, Yoram Metzger, de 80, e Nadav Popplewell, de 51 anos de idade, estavam juntos em cativeiro, na zona de Khan Younis. AS IDF não detalharam como estes reféns morreram, apenas que esta sob investigação.

 

 

Mais de um milhão de deslocados

 

As IDF continuam a ofensiva terrestre em Rafah, agravando a situação dos refugiados do enclave. A Organização das Nações Unidas relataram hoje que 36 abrigos em Rafah estão vazios, depois de cerca de 1,5 milhões de pessoas terem sido deslocadas à força para Khan Younis e para as zonas centrais de Gaza.

 

"O espaço humanitário continua a diminuir", denunciou a ONU, que mais uma vez apelou por um cessar-fogo imediato. De acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Rafah abrigou cerca de um milhão de palestinos que fugiram dos ataques israelitas de outras zonas do território palestino. O Exército israelense havia informado que os civis para que saíssem para uma ‘zona humanitária expandida’ a cerca de 20 quilômetros de Rafah.

 

Mas, a UNRWA avançou nesta segunda-feira que milhares de famílias estão agora abrigadas em instalações danificadas e destruídas em Khan Younis, onde a agência tenta prestar serviços essenciais apesar das enormes dificuldades. “As condições são indescritíveis”, acrescentou a agência. As Nações Unidas, além disso, confirmam a destruição civil provocada pelos ataques desde o inicio do conflito, no qual comunicou que mais da metade das habitações em Gaza ficaram destruídas ou não têm condições para acolher os moradores.

 

Já o Egito rejeita a presença das IDF na fronteira de Rafah, na fronteira com o país. “É difícil a fronteira de Rafah continuar a funcionar sem uma administração palestina”, avalia Mostafa Kemal Madbouly, primeiro-ministro egípcio. Israel ocupou a passagem do lado de Gaza em maio, durante a ofensiva à Rafah, o que desagradou o Cairo que parou de cooperar com Tel Aviv para a entrada de ajuda em Gaza. Para as agências humanitárias que atuam no território sua reabertura é essencial.

 

Após quase oito meses desde o inicio da guerra, mais de 36,4 mil palestinos já foram mortos e mais de 80 mil foram feridos.

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