RÚSSIA
Rússia afirma que OTAN está em confronto direto com o país
"A aliança militar liderada pelos Estados Unidos está aumentando o conflito na Ucrânia com retórica militar", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov
Publicado em: 27/05/2024 18:30 | Atualizado em: 27/05/2024 19:24
Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov (foto: YURI KOCHETKOV / POOL / AFP) |
De acordo com a agência de notícias estatal russa, Interfax, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que os comentários do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, eram contraditórios e que está em confronto direto com a Rússia. “A aliança militar liderada pelos Estados Unidos está aumentando o conflito na Ucrânia com retórica militar”, indicou Peskov.
Stoltenberg apelou hoje para que sejam reconsideradas as atuais restrições que impedem Kiev de usar armas aliadas contra solo russo. O secretário-geral também ressaltou na Assembleia Parlamentar da Aliança Atlântica, que se reuniu em Sófia, que a Ucrânia terá as mãos atadas se não conseguir responder ao ataque da Rússia com ofensivas a alvos militares legítimos em território russo. A Assembleia, uma instituição independente da Aliança Atlântica, aprovou hoje uma declaração de apoio para que seja dada essa capacidade ao governo de Kiev.
Além dos 32 países da OTAN, têm assento na instituição delegados de parlamentos parceiros, observadores de outras nações ou organizações, como a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Macron defende novo conceito de segurança com ameaça de Moscou
O presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu um novo conceito de segurança comum europeu, diante da ameaça da Rússia. "Vivemos juntos num só continente. A Rússia ameaça a nossa segurança também hoje. A Rússia atacou a Ucrânia e pode estar aqui amanhã e depois de amanhã", disse Macron em visita à Alemanha.
O líder francês quer uma base na qual serão decididas capacidades, meios e projetos necessários. "Os projetos tecnológicos que devemos desenvolver enquanto europeus", apontou. Macron também classificou de vento maléfico a extrema-direita que está soprando por toda a Europa e instou que se defenda a democracia quando faltam menos de duas semanas para as eleições no bloco. "Olhemos à nossa volta para o fascínio pelos regimes autoritários, olhemos à nossa volta para o momento iliberal que estamos a viver", alertou Macron, acrescentando ainda que é uma realidade, por isso vamos acordar.
Macron ainda se reunirá com o chanceler alemão Olaf Scholz e, uma vez mais buscar ultrapassar as suas divergências sobre o apoio à Ucrânia e o futuro da Europa e reforçar a parceria franco-alemã, que continua a ser a força motriz da União Europeia.
Bulgária adverte o risco de confronto direto entre Rússia e OTAN
Por outro lado, o líder búlgaro, Rumen Radev, conhecido pela sua posição pró-russa, alertou hoje para o sério risco do governo do Kremlin atacar diretamente um país da OTAN, caso a Ucrânia seja autorizada a atingir alvos em território russo com armas aliadas. "As reações precipitadas dos nossos políticos e instituições, de que a Bulgária não enviará tropas para a Ucrânia, não significarão absolutamente nada se qualquer outro país provocar um confronto direto com a Rússia", pontuou Radev.
O presidente se referiu ao pedido de Stoltenberg, para que sejam reconsideradas as atuais restrições que impedem Kiev de usar armas aliadas contra solo russo, reiterando que o Tratado do Atlântico Norte afirma que um ataque a um país membro é considerado um ataque a todos os aliados.
O Kremlin já condenou recentemente o apelo de Stoltenberg e acusou a OTAN de aumentar o grau de escalada das tensões. "A OTAN está brincando com o fogo com a retórica militar, está a cair num êxtase bélico", disse Peskov.
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