GUERRA
ONU suspende entrada de alimentos em Rafah por questão de segurança
UNRWA considerou que os intensos ataques e os tanques israelenses impedem o acesso ao centro de distribuição da organização e ao armazém do PAM
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 21/05/2024 16:40
Foto: Brendan Smialowski/AFP |
Nesta terça-feira, a agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) declarou que devido a questões de segurança suspendeu a entrada de alimentos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. A UNRWA considerou que os intensos ataques e os tanques israelenses impedem o acesso ao centro de distribuição da organização e ao armazém do Programa Alimentar Mundial (PAM), o que resulta no o fim do fornecimento de alimentos nessa zona pelas duas instituições.
"A operação militar israelense em Rafah está prejudicando diretamente a ação dos organismos de ajuda para disponibilizar recursos humanitários críticos em Gaza", afirma o comunicado da UNRWA.
Além disso, somente sete dos 24 centros médicos ainda estão operacionais no enclave palestino, e nos últimos dez dias não receberam qualquer material. "Entre 13 e 19 de maio, a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito apenas esteve aberta dois dias", disse a UNRWA.
Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciou hoje que o hospital de Al Awda, na zona de Jabalia, norte de Gaza, está sob cerco absoluto pelas forças de Israel há três dias e que no seu interior da unidade permanecem 148 trabalhadores e 22 doentes e acompanhantes. "O pessoal médico reportou fogo intenso esta manhã, com ataques de atiradores para que ninguém se aproxime de nenhuma janela e a uma explosão de artilharia que atingiu o quinto andar", relatou por videoconferência o chefe do gabinete da OMS nos territórios ocupados, Rick Peeperkorn.
Este é a segunda ofensiva das tropas israelenses ao hospital Al Awda, desde o início da guerra em Gaza. No primeiro ataque foram mortos 14 funcionários e dezenas de membros do pessoal e voluntários ficaram feridos.
Peeperkorn ainda garantiu que as reservas da OMS, em particular combustível, estão no limite. "São necessários 200 mil litros por dia, e enfrentamos decisões quase impossíveis, como a de entregar combustível a uma padaria, onde restam cinco em funcionamento em toda Gaza, ou a um hospital", lamentou.
Segundo a OMS, também hoje foi removido doentes, pessoal médico e deslocados do hospital Kamal Adwan, onde se têm intensificado os bombardeios. Este hospital, que possui a única unidade pediátrica que atende crianças subnutridas, recebeu numerosos feridos devido a um novo deslocamento forçado dos palestinos o para o norte de Gaza. A OMS confirmou que estes dois hospitais são os únicos que funcionam atualmente nessa região.
No último balanço do Ministério da Saúde de Gaza até o momento são 35.647 palestinos mortos e 79.852 feridos.
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