GUERRA
EUA permite que Kiev use armas norte-americanas em Kharkiv
Informação foi revelada ao jornal britânico The Guardian por uma fonte que decidiu se manter anônima
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 31/05/2024 12:23
O presidente dos EUA autorizou a Ucrânia a usar armamento norte-americano para atacar alvos russos (Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP ) |
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mudou seu posicionamento e autorizou a Ucrânia a usar armamento norte-americano para atacar alvos russos, desde que seja pela defesa da cidade de Kharkiv. “O presidente recentemente instruiu a sua equipe a garantir que a Ucrânia seja capaz de usar armas fornecidas pelos EUA para fins de contra-ataque na região de Kharkiv, para que a Ucrânia possa reagir contra as forças russas que estão a atacar ou a preparar-se para atacar”, afirma o jornal britânico The Guardian.
No entanto, a fonte do jornal que se manteve anônima disse que a Casa Branca orientou Kiev de que não deve usar estas armas para atacar dentro das fronteiras russas. “A nossa política em relação à proibição do uso de Atacms ou ataques de longo alcance dentro da Rússia não mudou”, enfatizou.
Segundo também o jornal Político, o governo de Biden decidiu dar flexibilidade à Ucrânia para se defender de ataques na fronteira perto de Kharkiv, inclusive depois de Moscou ter lançado uma intensa nova ofensiva na região. “Na prática, a Ucrânia pode agora usar armas providenciadas pelos Estados Unidos da América para abater mísseis russos em direção a Kharkiv, sobre tropas que se estejam a reunir junto da fronteira ou para atacar bombardeiros que estejam a lançar bombas sobre território ucraniano”, publicou o Político, que cita quatro fontes que não quiseram se identificar.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou neta sexta-feira (31) a decisão de Washington como um passo em frente. "É um passo em frente em direção ao objetivo de que falamos previamente, vai nos permitir defender as pessoas que vivem nas localidades ao longo da linha de fronteira", indicou Zelensky, confirmando ter sido informado da deliberação dos EUA.
A mudança da administração Biden surge após os apelos dos aliados dos EUA na Europa, incluindo o Reino Unido, Alemanha e França, e do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), para que a Ucrânia pudesse usar armas fornecidas pelo Ocidente contra alvos militares na Rússia.
O secretário-geral da aliança militar após o anuncio parcial dos EUA declarou confiar numa utilização responsável e de acordo com o direito internacional, por parte do governo ucraniano, do armamento doado pelo Ocidente e usado em território russo. “A autodefesa não é uma escalada, é um direito fundamental que está devidamente consagrado na Carta das Nações Unidas. Nós temos o direito de ajudar a Ucrânia a reforçar essa autodefesa. A Rússia tem bombardeado escolas, centros comerciais e infraestruturas de água. A Rússia esta matando os civis ucranianos. Fica muito difícil para a Ucrânia defender-se se não lhe for permitido utilizar armas avançadas para repelir esses ataques”, disse Stoltenberg.
Recentemente, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, já havia pedido aos países aliados para que reveja as restrições colocadas ao armamento ocidental usado pela Ucrânia em território russo, sugerindo que as limitações poderiam ser reconsideradas dada à evolução da guerra. “Temos de reconhecer que os Aliados estão a prestar muitos tipos diferentes de apoio militar à Ucrânia. Alguns deles impuseram restrições ao uso dessas armas, outros não impuseram quaisquer restrições às armas que forneceram à Ucrânia, estas são decisões nacionais, mas penso que, à luz da forma como esta guerra evoluiu, quando quase todos os combates tiveram lugar em território ucraniano, creio que chegou a altura de reconsiderar algumas destas restrições”, apontou Stoltenberg.
O líder da Aliança Atlântica acrescentou que a maior parte dos combates pesados tem tido lugar ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, com a linha da frente a ser o lado russo da fronteira e destacou que esta reavaliação sobre a flexibilização de restrições deveria acontecer para “permitir que os ucranianos se defendam efetivamente.
Na última semana, Zelensky, também fez um apelo para que o país pudesse utilizar armamento disponibilizado pelo Ocidente para atingir posições militares em solo russo.
Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, já alertou para as “sérias consequências” caso a Rússia seja atacada com armas ocidentais.
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