GUERRA
Egito ameaça abandonar mediação do acordo de cessar-fogo em Gaza
Repetidas tentativas de colocar em dúvida os seus esforços para findar o conflito seriam a causa da possível decisão do país
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 23/05/2024 11:28
Governo do Egito ameaçou se retirar por completo como representante na mediação entre Israel e o Hamas na guerra na Faixa de Gaza (Foto: Unsplash) |
O governo do Egito ameaçou se retirar por completo como representante na mediação entre Israel e o Hamas na guerra na Faixa de Gaza, por causa de repetidas tentativas de colocar em dúvida os seus esforços para findar o conflito.
"As contínuas tentativas de questionar e insultar os esforços e o papel da mediação egípcia, com acusações que contradizem a realidade, só irá complicar ainda mais a situação em Gaza e em toda a região", afirmou Diaa Rashwan, chefe do Serviço de Informação do Estado e que atua também como porta-voz do governo egípcio.
Rashwan advertiu que as acusações podem pressionar o lado egípcio a tomar a decisão de deixar totalmente a mediação que ocorre no conflito atual, no qual é um dos principais interlocutores, juntamente com os Estados Unidos e o Catar.
A reação do Cairo se deve logo após uma reportagem da emissora CNN internacional, ter dito que os serviços de informação egípcios modificaram os termos da última proposta de cessar-fogo em Gaza que Tel Aviv havia aprovado anteriormente, o que provocou muito descontentamento em Doha e Washington, segundo três fontes anônimas citadas pelo canal norte-americano.
A CNN ainda afirmou que, com a alegada alteração unilateral do plano apresentado ao Hamas pelo Egito, os serviços de inteligência egípcios impediram a possibilidade de pôr uma pausa temporária nos combates no enclave além da troca da libertação dos reféns israelenses por prisioneiros palestinos.
Devidos a estas acusações, Rashwan assegurou que o Egito tem observado nos últimos tempos que certas partes atuam constantemente para acusar os mediadores, numa referência a Israel, que acusou de espalhar mentiras com visando adiar os acordos e evitar tomar decisões sobre um cessar-fogo.
Apesar do Egito ter sido o primeiro país árabe a assinar a paz com Israel, em 1979, já manifestou várias vezes a sua condenação à guerra na Faixa de Gaza, sobretudo à operação militar na cidade de Rafah, onde mais de 1,4 milhões de pessoas estão refugiadas, ema sua maioria deslocadas de outras zonas do enclave palestino.
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