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GUERRA

Ministro israelense ameça romper coligação se Netanyahu não atacar Rafah

Tropas foram retiradas do sul da Faixa de Gaza neste domingo (07)

Publicado em: 08/04/2024 12:18

Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel (Foto: OHAD ZWIGENBERG/POOL/AFP via Getty Images)
Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel (Foto: OHAD ZWIGENBERG/POOL/AFP via Getty Images)
Nesta segunda-feira (8), o ministro da Segurança Nacional israelense de extrema-direita, Ben-Gvir, ameaçou desfazer a coligação com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, caso este não invada a cidade de Rafah, após a retirada no domingo de tropas do sul da Faixa de Gaza.
 
“Se o primeiro-ministro decidir acabar com a guerra sem lançar um ataque extensivo a Rafah para derrotar o Hamas, ele não terá mandato para continuar a servir como primeiro-ministro”, alertou Gvir.
 
Mas, o ministro da Defesa israelense também destacou que a retirada das tropas do sul de Gaza se deve à preparação de futuras operações, incluindo em Rafah. "As forças saíram devido à preparação para as suas próximas missões, vimos exemplos dessas missões na operação Shifa e também da sua próxima missão na zona de Rafah", garantiu Gallant.
 
Já os palestinos deslocados começaram a regressar à cidade devastada de Khan Younis, um dia depois do anuncio da saída das forças israelitas do sul de Gaza. De acordo com os relatos, a cidade está praticamente reduzida a escombros, uma destruição generalizada e o cheiro da morte debaixo das ruínas, resultado de meses de combates violentos entre as Forças da Defesa de Israel e o Hamas. As equipes de emergência informaram hoje que já conseguiram encontrar pelo menos 56 corpos em Khan Younis.
 
Mas, a partida das tropas deixou duas brigadas israelitas no interior de Gaza encarregadas de manter a separação entre as zonas norte e sul do território. No entanto, autoridades militares e políticos israelitas reafirmam e insistem que a retirada não marca o fim do conflito ou o adiamento do ataque de Israel à Rafah. 
 
Apesar de Netanyahu negar que a saída foi ocasionada pela pressão dos Estados Unidos, coincidiu com a Casa Branca ter sugerido que poderia condicionar sua ajuda a seu principal aliado no Oriente Médio de acordo com a proteção aos civis e trabalhadores humanitários, a permissão de aumentar a entrada de ajuda, além de incitar um “cessar-fogo imediato” no enclave palestino. Tudo isto após a morte de sete trabalhadores de uma ONG norte-americana que levavam alimentos a Gaza. Israel atribuiu o ataque a “um grave erro”, que causou grande repercussão e condenação da comunidade internacional. Netanyahu afirmou que seu país está a um passo da vitória, mas que o preço a pagar é doloroso.
 
Por outro lado, ainda esta semana, segundo o jornal de Israel, Haaretz, os republicanos da Câmara dos Representantes dos EUA, planejam apresentar uma resolução contra os esforços para exercer pressão unilateral sobre Israel em relação à Gaza. O texto da resolução identifica tais esforços como incluindo chamadas para um cessar-fogo imediato, citando declarações recentes do presidente Joe Biden e a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Essa resolução foi adotada após a decisão da administração Biden de não exercer o direito ao veto norte-americano.
 
Enquanto isso, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, irá se reunir hoje com o líder da oposição ao governo israelita, Yair Lapid, no Departamento de Estado, em um encontro que não será aberto para a imprensa.
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