GUERRA

Líderes no Fórum Econômico Mundial debatem cessar-fogo em Gaza

Em Riade, o secretário de Estado dos EUA revelou estar confiante que o Hamas vai tomar a decisão certa e elogiou o trabalho conduzido pela Arábia Saudita

Publicado em: 29/04/2024 12:45

Vista aérea de edifícios destruídos em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em abril de 2024 (Foto: AFPTV / AFP
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Vista aérea de edifícios destruídos em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em abril de 2024 (Foto: AFPTV / AFP )
No Fórum Econômico Mundial, na capital da Arábia Saudita, que acontece desde domingo, os líderes europeus e árabes discutem a situação na Faixa de Gaza e um cessar-fogo.  Israel manifestou estar disposto a concordar com uma trégua “temporária”. Os esforços para um cessar-fogo em Gaza ocorrem também no Egito, onde os mediadores vão receber líderes do Hamas para discutir o acordo. 
 
Em Riade, na busca para alcançar um cessar-fogo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, revelou estar confiante que o Hamas vai tomar a decisão certa e elogiou o trabalho bilateral conduzido pela Arábia Saudita com o objetivo de alcançar a trégua. “A única coisa que impede um cessar-fogo em Gaza é o Hamas, e eles precisam decidir rapidamente sobre o acordo que têm pela frente. O Hamas tem diante de si uma proposta extraordinariamente generosa por parte de Israel. E neste momento, a única coisa que se interpõe entre o povo de Gaza e um cessar-fogo é o Hamas. Tenho esperança que eles tomem a decisão certa. E podemos ter uma mudança fundamental na dinâmica", afirmou Blinken. 
 
O secretário norte americano indicou que a forma mais eficaz de aliviar a situação humanitária em Gaza é negociar um cessar-fogo. “Tem havido um enorme progresso na entrega de ajuda humanitária, mas ainda não é suficiente. Esse será o foco das minhas conversas durante a visita ao Oriente Médio nos próximos dias”, avançou.
 
Segundo o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, a proposta para uma trégua em Gaza inclui um cessar-fogo de 40 dias e a libertação de milhares de prisioneiros palestinos, em troca da libertação dos reféns israelitas. “Espero que o Hamas aceite este acordo e, francamente, toda a pressão do mundo e todos os olhos do mundo deviam estar postos neles hoje dizendo: Aceitem esse acordo. A proposta é muito generosa", afirmou Cameron no Fórum Econômico Mundial.
 
As negociações para um cessar-fogo em Gaza estão progredindo, mas é preciso manter a cautela, acrescentou o chanceler da França, Stephane Sejournesa. “As coisas estão avançando, mas é necessário preciso ter sempre cuidado nestas discussões e negociações. A situação em Gaza é catastrófica e precisamos de um cessar-fogo”, avaliou Sejournesa.
 
Mas, enquanto isso, os ataques israelitas não dão tréguas., onde o número de mortos no mais recente ataque contra a cidade de Rafah chegou a 20, incluindo crianças.
 
Por sua vez, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, pediu a comunidade internacional e, sobretudo aos Estados Unidos, que impeçam à invasão terrestre a cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde mais de um milhão de palestinos estão ‘refugiados’. “Só os Estados Unidos poderão travar” apelou Abbas, que classificou que a operação israelita nesta zona será a maior catástrofe na história do povo palestino. 

Já o chefe da diplomacia da União Europeia, Joseph Borrell, garantiu no Fórum Econômico Mundial, em Riade, que os membros do bloco devem reconhecer o Estado Palestino até ao fim de maio. 
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