Clouds27° / 28° C

GUERRA

Israel diz que caminhões de ajuda já cruzaram a passagem de Erez

Passagem fronteiriça de Erez liga o sul de Israel ao norte de Gaza

Publicado em: 12/04/2024 15:22 | Atualizado em: 12/04/2024 16:51

Visão aérea da passagem fronteiriça de Erez (Foto: SATELLITE IMAGE ©2024 MAXAR TECHNOLOGIES / AFP
)
Visão aérea da passagem fronteiriça de Erez (Foto: SATELLITE IMAGE ©2024 MAXAR TECHNOLOGIES / AFP )
Segundo as autoridades militares de Israel, os primeiros caminhões que transportam ajuda alimentar entraram na Faixa de Gaza através do recém-aberto ponto de passagem de Erez no território norte.
 
Israel revelou que a passagem fronteiriça de Erez, que liga o sul de Israel ao norte de Gaza, começou a funcionar.  De acordo com as IDF (Forças de Defesa de Israel), caminhões ainda foram inspecionados em Kerem Shalom, na fronteira com o Egito, antes de seguirem para cruzar o norte do enclave palestino, onde a fome é iminente. As autoridades israelitas autorizaram também o uso do porto de Ashdod, no sul de Israel e próximo a Gaza, para a chegada de ajuda humanitária, no entanto sem data divulgada. 
 
Após o ataque que matou sete funcionários da ONG norte-americana World Central Kitchen (WCK) com a condenação em peso da comunidade internacional e a pressão dos Estados Unidos para Israel ampliar o acesso de ajuda aos civis da região, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou que reabriria a passagem de Erez, que estava fechado desde o início da guerra com o Hamas. Mas, segundo o governo de Israel, a abertura do local será temporária e destacou que sua função é o enfrentamento à amplitude das necessidades dos habitantes.
 
Já uma investigação publicada pelo jornal britânico The Telegraph divulgou o plano de um dos comandantes das IDF, Nochi Mandel, um dos responsáveis pela morte dos trabalhadores da WCK, que enviou em janeiro uma carta ao gabinete de guerra, na qual defendia juntamente com outros 130 oficiais e comandantes na reserva, que o fluxo de ajuda para Gaza fosse restringido e apelava a um “cerco” a Gaza com as restrições humanitária até que os reféns fossem libertados. Mandel foi demitido recentemente de suas funções, após o bombardeio ao comboio da WCK. 
 
Mas, a maioria dos caminhões que entra ainda é por Rafah, na fronteira entre Egito e Gaza, onde esperam por dias em um local com capacidade para aproximadamente 50 lugares, que as ONGs dizem ser insuficiente. O material tem um controle rigoroso e faz longas viagens de ida e volta para os pontos de inspeção de Kerem Shalom e Nitzana, em território israelita. Os produtos autorizados são descarregados para outros veículos e a partir de então conduzidos pelos funcionárrios das ONGs.
 
Entretanto, relatos apontam que muitos já foram atacados. A porta-voz da Unicef, Tess Ingram, disse que estava numa missão de ajuda na última terça-feira, quando o carro blindado com a marca da ONU foi baleado. “Se não estivéssemos num veículo blindado, à janela teria quebrado e as coisas poderiam ter sido muito piores. Pareceu que veio da direção do posto de controle em direção aos civis”, afirmou Ingram, que acrescentou que as IDF e o Hamas estavam cientes dos movimentos do carro como parte da missão.
 
Caos e devastação em Gaza
 
Uma avaliação dirigida por uma equipe das Nações Unidas em Khan Younis, no sul de Gaza, após a retirada das tropas israelenses da área, apontou "destruição generalizada" na região. "Cada prédio que visitaram e a maioria observada foi danificado, com estradas asfaltadas transformadas em trilhas de terra. A equipe inspecionou um armazém da ONU, quatro centros médicos e oito escolas, sendo que todas, exceto uma, sofreram danos significativos", declarou o escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
 
A avaliação causou muita preocupação as Nações Unidas. Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, descreveu que as ruas e espaços públicos em Khan Younis estão cheios de munição não explodidas, representando riscos severos para civis, especialmente crianças. “A nossa equipe encontrou bombas não detonadas no cruzamento principal e dentro de escolas", indicou Dujarric.
 
Moradores também que retornaram ou permaneceram durante o conflito em Khan Younis relataram escassez crítica de alimentos e água, juntamente com a perda de serviços de saúde essenciais devido à destruição dos hospitais al-Nasser e al-Amal.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) contou ainda que o hospital al-Shifa, o maior complexo de saúde de Gaza, que fica no norte do enclave, está completamente destruído e se tornou um cemitério, onde descobriu que foram enterrados corpos em áreas abertas dentro instalações e alguns foram simplesmente abandonados e cobertos com plástico, outros não.
 
No último balanço do Ministério da Saúde de Gaza, há pelo menos 33.634 palestinos mortos e 76.214 feridos. 
Tags: israel | gaza | guerra |

COMENTÁRIOS

Os comentários a seguir não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Mais notícias

Acompanhe o Diario de Pernambuco no WhatsApp
Acompanhe as notícias da Xinhua