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CRIME

Farc sequestra e assassina três funcionários de jornal equatoriano

Equipe integrava o corpo de funcionários do periódico 'El Comercio' e foi sequestrada no dia 26 de março deste ano

Publicado em: 11/04/2018 12:03 | Atualizado em: 11/04/2018 12:29

Crime foi reivindicado pela frente Oliver Sinisterra, uma dissidência da Farc que também atua na Colômbia e que tem como líder, conhecido como Guacho. Foto: Wikipédia/Reprodução

Terminou em tragédia o sequestro do jornalista Javier Ortega, do fotógrafo Paúl Rivas e do motorista Efraín Sagarra pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), guerrilha de inspiração comunista. A equipe integrava o corpo de funcionários do periódico equatoriano El Comercio e foi sequestrada no dia 26 de março por um grupo comandado pelo chefe de dissidências da Farc, conhecido como Guacho.

O crime foi reivindicado pela frente Oliver Sinisterra, uma dissidência da Farc que também atua na Colômbia. O comunicado que chegou aos familiares das vítimas atribuía a responsabilidade das mortes aos governos do Equador e da Colômbia por não negociarem dentro dos termos estipulados pelas Forças. A negociação exigia uma troca entre os profissionais de comunicação por três membros das Forças Revolucionárias capturados no Equador, de acordo com o jornal colombiano Semana

O grupo, comandado por Guacho, tornou-se conhecido no final de 2017, quando executaram ataques na zona de Nariño, em San Juan de Pasto, um dos trinta e dois estados que, juntamente com Bogotá formam a República da Colômbia. O grupo já está na mira das autoridades locais e são acusados pelo sequestro dos três profissionais de comunicação, além de ter deixado Tumuco, município de Nariño, sem eletricidade na semana passada. 

Livre tradução do comunicado emitido pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia 

Gostaríamos de comunicar à sociedade e aos familiares dos três equatorianos detidos que o governo do equador e o ministro da Colômbia não quiseram salvar a vida deles. Isso se tornou evidente devido aos pousos em vários pontos onde estavam os detidos, resultando na morte dos jornalistas e do condutor. 

A frente Oliver Sinisterra relembra aos governos do Equador e da Colômbia que não somos um grupo de delinquentes nem de narcotraficantes como nos titulam. Somos guerrilheiros das FARC-EP e temos nossos próprios princípios e nossos ideais e recordamos a vocês que voltamos ao campo de batalha por irresponsabilidade do governo colombiano, que não cumpriu os acordos estabelecidos com a direção do secretariado das FARC-EP.

Lamentamos profundamente a morte dos jornalistas e do motorista.

Irmãos equatorianos, também gostaríamos trazer ao conhecimento de vocês que o governo do Equador e seu gabinete não quis salvar a vida dos jornalistas porque desde que foi iniciada a discórdia com o exército e com a polícia do equador, com negociações de meses por telefone com o senhor Maldonado, representante do ministério do interior do país. No entanto, eles não prestaram contas sobre isso ao povo equatoriano. 

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