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Empresa americana pesquisa o que vai mudar na gastronomia em 2016
Entre os destaques está o açaí, iguaria brasileira que marca presença na lista
Por: Anna Marina - Estado de Minas
Publicado em: 04/01/2016 14:38 Atualizado em: 04/01/2016 17:59
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Diretora de Gastronomia da Laureate Brasil, Rosa Moraes, acredita que no Brasil a tendência será a de comidas saudáveis |
Ninguém ignora que o crescimento da gastronomia no país é reflexo do exterior. E, por causa disso, o que é pesquisado por lá chega aqui, mais dia, menos dia. Como faz anualmente, a consultoria internacional de restaurantes Baum & Whiteman divulgou 11 tendências gastronômicas nos Estados Unidos para este ano. Acreditem, as duas principais estão diretamente ligadas ao setor de serviços: a revolução da entrega de refeições em casa e no escritório, com a entrada de marcas como Google, UberEats e Amazon Prime Now na facilitação do acesso ao delivery de bons restaurantes, e a tendência do fim das gordas gorjetas. Essas serão as revoluções do mercado em 2016.
No entanto, Rosa Moraes, diretora de Gastronomia da Laureate Brasil, acredita que, entre nós, brasileiros, deve se fortalecer a valorização dos vegetais nos cardápios dos restaurantes e, ainda que discreto pela dificuldade de acesso, o uso de ingredientes sem agrotóxicos, liderado na América do Norte pelo movimento healthfixation (aficcionados em saúde, em tradução literal).
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A tendência de valorização de alimentos não processados ou industrializados também é apontada pela lista Top 20 Food Trends, da National Restaurant Association, que prevê a difusão do conceito de sustentabilidade dentro e fora da cozinha. Isso se dá por meio do uso de insumos naturais e alimentos mais saudáveis nos cardápios infantis, da priorização dos produtos locais e da redução do desperdício de alimentos. “Muita coisa na lista deles já chegou ao Brasil e tem grande tendência de ir para o topo da lista das mais pedidas de 2016, como os embutidos e sorvetes produzidos pelos próprios restaurantes e a redução de produtos processados nos cardápios”, diz Rosa Moraes.
A especialista afirma que frequentadores de restaurantes da alta gastronomia no Brasil devem observar outros trends da lista da National Restaurant Association, como o uso de cortes diferentes de carnes e de frutos do mar sustentáveis – capturados localmente ou em regiões mais próximas, em detrimento dos importados bacalhau da Noruega ou do salmão do Norte da Eurásia e do extremo da América do Sul.
“O melhor salmão, claro, vem de águas geladas e cortes nobres nunca perderão seu lugar em um cardápio requintado. No entanto, podemos encontrar opções locais que passam a ser oferecidas com altíssima qualidade em pratos elaborados. Eles serão trends, pois, além de novidades gostosas, não agridem o meio ambiente e ajudam a economia local, o que é super cool”, diz ela.
Rosa informa que o negócio em torno do açaí da Amazônia, que só agora entra na lista de tendências da Baum & Whiteman, já está bastante desenvolvido no exterior. “Ainda assim, ele reflete o momento de valorização da saúde por meio da boa alimentação, apesar de a pesquisa apontar curiosidades como a volta da paixão dos consumidores por snacks de frango frito e lanches em pacotes, hoje disponíveis em uma variedade infinita de sabores, inclusive com versões sem açúcar”, detalha.
Com a experiência de quem implementou seis cursos de ensino superior de gastronomia em capitais brasileiras – um deles, pioneiro no país, na Anhembi Morumbi, em São Paulo –, Rosa Moraes tem trânsito livre entre nomes importantes do cenário gastronômico internacional, como Daniel Boulud, Ferran Adriá, Virgilio Martinez, Andoni Aduriz e Anthony Bourdain.
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