ESPECIAL SEGUROS

Para agronegócio, seguros são continuidade do negócio

Seguro rural cresce no Brasil, já que estar desprotegido pode gerar o desabastecimento, a elevação de preços e até a retirada de uma empresa do mercado

Publicado em: 20/10/2018 14:04 | Atualizado em: 18/10/2018 21:18

Em Pernambuco, o risco climático é baixo, mas os seguros para o setor também protegem contra pragas . Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press (Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press)
Em Pernambuco, o risco climático é baixo, mas os seguros para o setor também protegem contra pragas . Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press (Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press)

O agronegócio brasileiro aparece amplamente como o setor que sustenta o Brasil. Também atualmente, ele vem colaborando com a recuperação da economia, apresentando taxas de crescimento mais altas que a indústria e o comércio. Por ter a sua essencialidade, já que alimentos são itens primordiais da vida humana, esse crescimento do segmento tem respondido no aumento da busca por proteção. De janeiro a agosto deste ano, as vendas de seguro rural cresceram 14% no país, no comparativo com o mesmo período do ano passado, de acordo com o setor de seguros. E com margem para crescer mais. O movimento busca evitar entraves nessa retomada e neutralizar possíveis desabastecimentos por danos à produção. O seguro passou a ser uma procura das atividades do campo, inclusive com subsídios do governo para estimular essa redução do risco para economia e para a mesa das pessoas.

Carlos Valle, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Pernambuco (Sincor-PE), destaca que o mercado desse produto vem ganhando espaço e se consolidando, inclusive por ir ao encontro de uma demanda antiga do setor. “A cada ano que passa, percebemos mudanças no clima que têm consequências nos resultados do campo. É quando se reconhece a necessidade de se proteger, para não ter prejuízos e permitir a continuidade da sua atividade”, destacou. “Esse crescimento na faixa de 14% no Brasil tem mostrado que o seguro rural passou a ser visto como importante no setor de seguros, porque o produtor entendeu que é uma proteção real das atividades e dos resultados”, complementou.

Os produtos do seguro rural são diversos, entre eles de proteção à colheita, à plantação, há também seguro de máquinas e equipamentos, do patrimônio físico, como centro de distribuição, estoques e demais imóveis para armazenamento de produção. A carteira é ampla. Ainda segundo Carlos Valle, o setor acredita que esta modalidade terá sua demanda aumentada. “O Brasil tem base agrícola e incluir o seguro é garantir o resultado certo, sem prejuízos extras. O desenvolvimento das atividades evita que o homem deixe o seu lugar de origem no campo e migra para as cidades porque não consegue retomar a atividade perdida por uma sinistralidade, além de manter a estabilidade de preços, o que é excelente para o consumidor” ressalta.

De acordo com o diretor comercial da Excelsior Seguros, João Inojosa, os produtos à disposição para o setor se tornaram tão importantes para o agronegócio que o governo federal passou a colaborar com parte do prêmio do seguro de alguns subsetores, com o objetivo de estimular a adesão aos seguros e proteger a produção nacional.
“Os seguros possuem ramificações para atender todas as áreas, para garantir a continuidade do negócio e de reduzir os danos à produção agrícola. As proteções são principalmente contra intempéries de ordem climática (chuvas, alagamentos, granizo, seca, entre outros). Imagine estar com o campo pronto para a colheita e uma chuva destruir tudo. O seguro consegue reembolsar as perdas do empreendimento e deixá-lo em condições de buscar restabelecer a sua atividade. Estar desprotegido pode desabastecer a população, elevar preços e tirar uma empresa do mercado, porque é muito difícil se recuperar sem ter produtos para vender”, detalha. “É por esses riscos que o governo vem incentivando e se comprometendo em estimular a adesão”, reforça, citando que alguns estados também ajudam na divisão do pagamento do prêmio, que fazer o produtor, em alguns casos, só pagar metade do valor do seguro.

Para chegar ao valor do prêmio, Inojosa explica que o cálculo é dinâmico, em uma relação que considera estatísticas. “Cada setor rural tem um valor de acordo com a microrregião. São considerados itens como sinistralidade local e meteorologia da região, inclusive com condições que são atualizadas ano a ano. Como em todos os seguros, é o risco que vai medir o prêmio. Pernambuco, por exemplo, que tem força na cana de açúcar e na fruticultura do Vale do São Francisco, tem baixo risco climático, mas o seguro entra na proteção contra pragas. O estado não tem grandes chuvas no Sertão e nem granizo, então a precificação é feita com base na vulnerabilidade de outros agentes”, pontua.

Outra linha importante do seguro rural é a de proteção das máquinas e equipamentos, que protege o produtor de roubos, furtos, perdas para o caso de uma máquina cair no rio, incêndios e qualquer outro risco de dano que a atividade está exposta. “Agronegócio é alimentação. É um item sério para economia. Por isso o produto tem entrado como sendo prioritário no centro de custos do produtor”, reiterou. 

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